Caros amigos,
Uma vez aqui reunidos nesta esplanada, queria em primeiro lugar agradecer a vossa disponibilidade em participar nesta tertúlia de livres pensadores portomosenses.
Foi com estas palavras que começamos o Vila Forte em Outubro de 2006.
Passados todos estes dias olhamos para trás e sentimos orgulho pelo que foi este blog e estamos certos que teremos saudades do projecto que hoje termina com este post.
Foi um prazer estar convosco neste esplanada.
Obrigado a todos.
Até sempre
Hoje o meu filho mais velho completa 12 anos. Parabéns filho!
Pegando num trabalho jornalistico desta semana do Região de Leiria, sobre o que fazer aos filhos nas férias grandes, lembro-me que, com esta idade, trabalhava como sapateiro na "Sapataria Vala". O meu primeiro "ordenado" foi de 2 500 escudos, uma fortuna para mim naquela altura.
Hoje em dia é impossivel isso acontecer e, quer pais quer "empregadores", seriam sujeitos a recriminação social e provavelmente criminal.
Nós, pais, segundo o Jornal, temos de arranjar dinheiro, e não é pouco! As ofertas são imensas ou, em alternativa, podemos sempre optar por deixar os miúdos em casa sózinhos, a jogar PSP, a ver DVD ou à frente dos ecrans dos computadores, nas redes sociais.
Não quero com isto dizer que seja "militante" do trabalho juvenil, mas será que fazia assim tanto mal, aos miúdos terem uma ocupação "produtiva", que lhes permitisse dar valor ao que, muitas vezes, lhes passa ao lado?
Na foto: eu, o meu irmão Luís de visita à oficina e o meu Mestre Zé
Não tinha muito contacto com o Paulo,mas o Helder era um dos meus melhores amigos e cúmplices da minha juventude, hoje seria um excelente Enfermeiro.Obrigado Prof. Arminda pelas memórias que me tem trazido nestas últimas semanas e por este tributo que estava religiosamente guardado.
Se na linguagem comum temos expressões como meter o nariz, meter a colher ou meter a mão, no futebolês temos a expressão meter o pé. Nada mais natural – dir-se-á – no futebol o normal será meter o pé! No futebol também muita gente mete o nariz … onde não é chamado, muita gente gosta de meter a colher e também se mete a mão, e de que maneira! Também se mete o pé na argola. E há quem ponha aqui o seu pezinho...Mas só e apenas meter o pé integra o vocabulário futebolês! Meter o pé significa determinação, garra, vontade de ganhar, persistência, ambição, raça…
Meter o pé está eminentemente ligado à disputa da bola, à disputa de cada lance, com coragem e sem medos. Como se fosse o último, com o vigor e a convicção de que será recompensado com a conquista da bola, afinal, como temos visto, a preciosidade mais disputada num jogo de futebol.
Poderemos encontrar o tipo mais dotado que se possa imaginar para a prática do futebol – capacidade técnica e artística, como agora diz o Jorge Jesus, velocidade, potência de remate, colocação, etc – mas, se não meter o pé, nunca será jogador, jogador de top, bem entendido.
Arriscaria mesmo a afirmar que meter o pé será, pela força com que arrasta e integra os grandes conceitos do futebol actual, a mais completa expressão do futebolês. Meter o pé não se limita a descrever a mera disputa de bola. Vai muito para além disso, para reflectir toda a dimensão psicológica do jogador: em particular o carácter e a força mental. A forma como mete o pé diz tudo sobre o comportamento social do jogador, isto é, sobre como ele se integra naquele microcosmos social que é a equipa, o grupo a que pertence. Se é alguém que sabe colocar os interesses colectivos acima dos seus interesses particulares ou se, pelo contrário, entende que os seus próprios interesses se sobrepõem aos de todos os outros. Se é alguém com inegável espírito de grupo e solidário, um entre pares, ou se, pelo contrário, é alguém egocêntrico e inchado de vedetismo.
Sendo o futebol um jogo colectivo, feito de um forte espírito de grupo, quem não meter o pé arrisca-se a ficar isolado do grupo, por desmerecer da solidariedade e da coragem dos restantes colegas, e a transformar-se num corpo estranho dentro da equipa. Esta é uma verdade cada vez mais verdade, uma verdade que cresce à medida que as dinâmicas de grupo se vão cada vez mais afirmando nas novas realidades do futebol, em que a dimensão humana, em toda a sua complexidade, é tratada ao mais alto nível pelas diferentes ciências postas ao serviço do desporto em geral e do futebol em particular.
Meter o pé tem, por tudo isto, o seu quê de misterioso, quase como código de representação genética. Há jogadores que, chegada a hora, tiram o pé. E há os que metem a cabeça onde outros nem os pés metem! Há, evidentemente como em tudo, quem confunda as coisas e entenda que meter o pé é entrar a matar, varrer ou ceifar o adversário. Que vale tudo, à Bruno Alves ou à Paulinho Santos. Isso não é meter o pé, é ir com tudo: pés, braços, cotovelos, cabeça, enfim, com tudo o que estiver à mão! Isso não é impor respeito, é aterrorizar!
Meter o pé está ainda ligado a correr, dentro da mesma imagem de raça, de ambição, de agressividade e de espírito de sacrifício de que muitos jogadores fazem a sua imagem de marca. Raça, ambição, agressividade e espírito de sacrifício que, ao contrário de há bem poucos anos, é hoje indispensável nas grandes estrelas. O virtuosismo é apenas um plus que faz a diferença, mas só a faz depois de terem corrido ou trabalhado tanto como os outros. Como é um plus, mas que faz toda a diferença, transportar essa mentalidade para o colectivo e cada um dos membros do grupo. Que Mourinho faz como ninguém, como se viu com Etoo, a estrela que no Barcelona não corria, que já tudo tinha ganho, e que no Inter correu e defendeu no campo todo com a ambição de um principiante. E como se percebeu que iria, apesar de tudo, conseguir fazer com Balotelli. É, por tudo isso, o melhor e o mais ganhador treinador de futebol. Também por isso se pôde dar ao luxo de escolher o Real Madrid… bem antes do Real Madrid o escolher a ele!
Por qualquer razão , alheia à vontade dos dois ( minha e do Director do Jornal) o texto publicado está truncado o que dificulta a leitura do mesmo.
Assim , aqui fica o texto com as devidas correcções a bold
Melhor é possível
Esta terceira semana de Maio poderá ter significado uma viragem na organização do Ensino em Porto de Mós; a eleição do Director do maior Agrupamento de Escolas do Concelho. A escolha deste dirigente foi o ponto final num ano lectivo atribulado, impreciso e confuso que colocou toda a comunidade escolar à beira de um ataque de nervos. Rui Neves , actual Vereador na Câmara Municipal, foi o escolhido pelo Conselho Geral Transitório para liderar um Agrupamento onde apenas se juntaram Escolas e não as pessoas. O Novo Director tem uma enorme tarefa pela frente: identificar os pontos fortes e fracos sem ferir susceptibilidades, será a primeira das prioridades. Depois, este candidato tem o vento a se favor: uma excelente e privilegiada relação com a Câmara, uma notável carteira de contactos e uma motivação forte para fazer melhor. Os dados estão lançados. O tempo será a melhor resposta a este desafio.
Eu acrescento que esta candidatura teve ainda outro aspecto que nunca é demais realçar: a partilha de poder entre as escolas em presença. A concentração numa só escola; sede de agrupamento, Presidência do Conselho Pedagógico, Director e Presidência do Conselho Geral Transitório sempre me pareceu uma solução que, a longo prazo , traria mais inconvenientes do que vantagens. Quebrou-se este anel de poder : caberá ao novo Director encontrar as melhores soluções, as melhores personalidades para darem rosto e corpo ao seu projecto de intervenção para 4 anos.
Temo, contudo, que esta decisão traga alterações significativas à vida do “ novo” Director : ( salvo melhor opinião) Rui Neves não poderá acumular as suas funções de Vereador mesmo sem pelouro. Estou, totalmente de acordo com o espírito da lei.. Art.26 ª nº 1. do Decreto –lei nº 75 /2008 :O regime de dedicação exclusiva implica a incompatibilidade do cargo dirigente com quaisquer outras funções, públicas ou privadas , remuneradas ou não. O Agrupamento, é um parceiro único e singular na política educativa do Concelho ; não pode estar à mercê das decisões políticas de um outro órgão do qual depende
Só lhe ficaria bem se abdicasse sem delongas; o Agrupamento que vai dirigir precisa de tranquilidade e da total disponibilidade e dedicação dos seus dirigentes. Para desassossego bastou este ano lectivo.
Uma palavra de conforto ao actual Presidente Rui Claúdio: um homem bom que dirigiu com paciência e espírito de sacrifício este Annus Horribiles: perdera Direcção não significa menos credibilidade e as Novas Tecnologias nunca progredirão sem o seu contributo.
A actual crise, e em particular a actual crise financeira, que mimetizamos num ataque cerrado ao euro – quem sabe se não estará aqui a justificação para Sócrates dizer o que diz: que tivemos de sair em defesa do euro –, traduzido na sua desvalorização e, mais importante, na perda de influência na economia mundial, chama a nossa atenção, talvez pela primeira vez, para a questão europeia.
Quando se fala, como tantas vezes acontece, da questão europeia ninguém se está a referir a outra coisa que não seja a questão política da Europa, a eterna questão europeia sempre presente no clássico anão político e gigante económico. Quer dizer, começamos a dedicar alguma da nossa atenção ao anão quando vemos o gigante em risco de mingar de tal forma que se possa tornar, também ele, noutro anão; ou, dito de outra forma, enquanto a integração europeia se ia fazendo em nome da prosperidade e da convergência não conseguimos dar-lhe o corpo político que só agora, através da recessão e da divergência, notamos faltar-lhe.
Sabemos que, historicamente, a moeda representa o último dos símbolos de coesão, seja nacional seja de qualquer outra ordem. A moeda surgia na cúpula do edifício da organização da sociedade. Por baixo encontrávamos todas as restantes estruturas dos laços com que se constroem as relações políticas, económicas e sociais.
Como sabemos, e apesar do inegável êxito da moeda única europeia, a que, de resto, não são alheios os ataques especulativos dos últimos tempos, nem sequer muitos dos conflitos internacionais produzidos neste século, não foi isso que aconteceu na UE! A moeda única surgiu antes de tudo o resto: antes da economia e antes da política. E é disso que hoje fundamentalmente nos devemos queixar!
Aquilo que Merkel e Sarkozy impuseram aos países do sul, no que já vi alguém chamar de Revolução de 10 de Maio, tem tudo a ver com isto. Não tanto pelas mudanças de natureza monetária, e nas da capacidade de intervenção do Banco Central Europeu (BCE), mas pelo roubo de uma quota-parte da soberania nacional: a soberania orçamental. Um passo dado sem ouvirmos falar do presidente da Comissão Europeia ou do novel presidente da União. Sem tratados nem referendos. E sem aviso prévio!
É neste preciso sentido, de desinstitucionalização do processo de decisão, que me parece ajustada a tal ideia da Revolução de 10 de Maio. A unificação europeia não se faz, como está demonstrado, através dos processos de decisão institucionalizados a partir do aparelho altamente burocratizado de Bruxelas. Muito menos a partir de processos de decisão democráticos emanados da expressão popular europeia. Faz-se através de lideranças fortes, de líderes verdadeiramente visionários que, como sabemos, há muito se encontram extintos nesta velha Europa.
Creio que grande parte daqueles que se têm manifestado contra o défice de democraticidade no processo de integração europeia, entre os quais me incluo, estarão hoje mais preocupados com o que se não fez, com o que evitou o aprofundamento da integração, do que com os referendos que se não fizeram ao longo de todos estes anos. E creio que hoje, em pleno centro da crise, os europeus, e os portugueses em particular, são muito mais federalistas do que há umas semanas atrás…
Afinal parece que Sócrates até tem razão: o mundo (e a Europa) mudou mesmo nestas duas semanas!
Existem vários textos, autores, poemas, músicas que me fazem sentido. Ajudam-me a reflectir sobre quem sou e o que quero para a minha vida e quem quero na minha vida. Partilho convosco um desses textos de um poeta e dramaturgo inglês, tido como o maior escritor de idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. Deixo-vos com William Shakespeare!
“Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos, e presentes não são promessas. (…) E não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobres que se leva anos para se construir confiança e que apenas segundos para destruí-la, e que podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás pelo resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E que o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. (…)
Descobres que as pessoas que com quem mais te importas na vida, são tiradas de ti muito depressa, por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vemos. (…)
Aprendes que paciência requer muita prática. (…) Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas que isso não dá o direito de ser cruel. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes, tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo.
Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, tu serás em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que o consertes. E, finalmente, aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperar que alguém te traga flores. E percebes que realmente podes suportar… que realmente és forte e que podes ir muito mais longe depois de se pensar que não se pode mais. E realmente a vida tem valor, e que tu tens valor diante da vida! (…) E só nos faz perder o bem que poderíamos conquistar, o medo de tentar!”
Ps. Recomendo vivamente que se tiverem oportunidade vão ver a comedia “As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos”, enorme êxito teatral português que está em cena há mais de 13 anos e foi visto por 211.114 espectadores. O espectáculo já fez 158 digressões e 1.413 representações até à data. Em cena no Teatro-Estúdio Mário Viegas, no Chiado, Lisboa. É brilhante, de ir às lágrimas de tanto rir. Uma verdadeira lavagem à alma.
Falo-vos hoje de uma invenção que acabou de chegar ao mercado mas que poderá alterar os habituais rituais morte.
Desde há alguns anos a cremação tem ganho terreno à tradicional inumação ao ponto da existência de um crematório ser encarada por alguns autarcas como uma necessidade premente.
No entanto como as modas não param, houve quem notasse que a cremação implica um grande consumo de energia e também uma elevada emissão de dióxido de carbono para a atmosfera.
Considerando que a actual população mundial de mais de 6 biliões de pessoas (quatro vezes mais que há 100 anos atrás) e que ninguém durará eternamente isso exigirá um esforço ambiental cada vez maior, onde é fácil antever a libertação de milhões de toneladas de CO2, toxinas, químicos, vapor de mercúrio com um impacto imenso. Com essa preocupação houve quem procurasse uma solução mais ecológica.
A empresa norte-americana CycledLife propõe um aparelho que após a imersão de um corpo numa solução alcalina, o aquece e coloca sob pressão. Neste processo químico rápido, o esqueleto é transformado em cálcio em pó e o resto do corpo degrada-se num liquido assimilável pelas plantas.
Assim, para quem se preocupa com a dimensão da respectiva pegada ecológica esta poderá ser uma solução a considerar. O aparelho custa 128.000 USD.
Um comentário de Jorge Oliveira que merece um post.
Não tem arrumos, os produtos de limpeza estão a um canto da sala.
Os fios eléctrico estão se a descolar das peredes e os professores voltam a colá-los com FITA-COLA, estando estes acessiveis a crianças pequenas.
As secretárias têm dezenas de anos e para além do elevado estado de degradação e com o crescimento das crianças, algumas já não CABEM com as pernas.
Os WC são minusculos, um adulto se quiser ajudar uma criança tem de ser fora visto não caberem os dois.
No inverno só uma professora pode ter o aquecedor, que trás de casa, ligado porque, se na outra sala a professora ligar o dela o quadro eléctrico desliga.
O recreio é composto por terra, sem um único equipamento de bricadeira, um baloiço que seja.
O almoço é dado na sala de actividades da Pré-escola
O telhado e o estuque das paredes ameaça RUIR.
Não existe um retoprojector, que quando necessário os professores trazem de casa e projectam num LENÇOL.
O pais juntaram-se e compraram uma fotocopiadora, visto após várias tentativas a câmara não o ter feito, agora a câmara não dá os toners como faz com as outras escolas porque afirma que não foi ela que deu a máquina, RIDICULO.
A comissão de pais eleita vai pedir uma reunião com o executivo camarário, após essa reunião e do que lá saír serão tomadas as devidas providências.
Isto sim tem a haver com o FUTURO da nossa terra e do nosso país."
Segue informação ao Presidente da Assembleia Municipal de Porto de Mós
A recente promulgação da lei do chamado casamento homossexual pelo Presidente da República terá, provavelmente, representado a machadada final na esperança dos portugueses no desempenho presidencial de Cavaco.
O que acabo de afirmar nada tem a ver com a minha posição pessoal perante essa lei ou perante o tema em si, amplamente aqui discutido na oportunidade própria. Não é a promulgação em si que pretendo pôr em causa. É apenas a forma como Cavaco fugiu das suas responsabilidades e fugiu de si mesmo.
Dizer que o seu veto era ineficaz porque a lei regressaria da AR exactamente na mesma, sendo então obrigado a promulgá-la, ou que o seu veto constituiria motivo de instabilidade política, não é mais que fugir das responsabilidades e negar-se a si próprio.
Mas é mais: é a confirmação de um presidente que nada decide, que em nada intervém e que nada faz. Tudo pelo que considera serem os superiores interesses da sua recandidatura, bem à maneira da máxima do funcionalismo reinante em Portugal: se nada fizer não cometo erros!
Cavaco assume-se não como mais alto dignitário, como deveria, mas apenas como o mais alto funcionário do país, esquecendo-se que nem sempre se consegue passar por entre os pingos da chuva. Muitas vezes saímos molhados!
Há quem olhe para a crise como a nossa fatalidade, "fado", e há quem olhe para ela, crise, como forma de combater os desperdícios e mudar uma forma de estar, mudar a cultura despesista que tem pautado a "postura" de certos países, entre eles Portugal. O recém governo Britânico, pelas notícias vindas a público explicou, bem explicado, onde vai "cortar" na despesa e no despesismo.Por cá, foi-nos explicado de forma pormenorizada os aumentos de impostos, tirando a confusão das datas, mas ficámos a saber nada sobre onde vão ser feitos os cortes no lado da despesa. Mas pelas notícias que recebemos da "casa da democracia", AR, ficamos elucidados sobra a nossa cultura despesista, aumento 25% despesa entre as quais despesas de decoração...
Deixo mais um texto do Emídio Guerreiro, publicado no Diário de Coimbra, para percebermos melhor esta diferença entre cultura despesista e cultura da poupança:
"A crise veio para ficar. Apesar das continuadas promessas, a crise instalou-se. Uns dirão que é global, outros que é nacional. A verdade é que a crise global pôs à evidência as nossas debilidades que estão na base de uma profunda crise nacional. Gastamos demais, mais do que produzimos, e criamos uma cultura despesista no estado e nos portugueses. O endividamento é a prova evidente que Portugal gasta mais do que o que produz. Um dos dramas associados a anos de despesismos é o “gosto” que nos fica pela aparente fartura. É por isso que ninguém, nenhum decisor ou cidadão comum, questiona as opções da actual Arquitectura pública. Gostamos de saber que os projectos das obras públicas portuguesas são premiados pelo seu arrojo, beleza, etc. As novas escolas, os novos tribunais, os novos centro de saúde, os novos lares e tantos outros edifícios são de construção mais cara e de manutenção incomportável para os cofres das instituições que os vão gerir? Não interessa! São lindos e premiados. As nossas estações de Metro são 2 ou 3 vezes mais caras que as outras? Não importa, são lindas de morrer! A Gare do Oriente não nos abriga da chuva e do vento? Não quero saber, é talvez a estação ferroviária mais linda da Europa! Há uma dúzia de anos atrás, tive oportunidade de acompanhar a execução de uma estação de tratamento de águas. Um consórcio em que a empresa Portuguesa liderava a construção do edifício, uma Inglesa era a responsável pelos filtros de tratamento das águas e uma Alemã era a responsável pelas máquinas de bombagem. A Estação era lindíssima. Jardins envolventes (fechados ao público), paredes revestidas a ardósia brasileira, etc. Nos jantares quinzenais com os responsáveis das 3 empresas, com o passar dos meses e o reforço dos laços de amizade entre todos, foi possível aprender que em Inglaterra e na Alemanha estes equipamentos são feitos em betão pintado para durarem uma vida com baixos custos de manutenção e que toda a atenção era voltada para os sistemas de tratamento de água. Diziam-me os responsáveis ingleses e alemães que éramos loucos! Aquilo devia ser apenas uma fábrica de fazer água e não um concurso de arquitectura. Que os custos de construção e manutenção eram muito acima do razoável. Era, e é, lindíssima, mas hoje sei que eles tinham razão. A entidade proprietária gasta rios de dinheiro com o jardim envolvente e com a manutenção do edifício e, como é obvio, o custo de produção da água potável “feita” é mais caro do que o previsto… Este exemplo serve apenas para ilustrar os erros que temos cometido. Ao longo de anos desperdiçámos dinheiro em coisas que não precisávamos. Não tivemos o engenho de perceber que os apoios comunitários também deviam ser aplicados tendo em conta a “factura futura” dos investimentos feitos. Talvez com a crise instalada (e para durar) seja possível criar uma nova mentalidade e uma cultura menos despesistas e mais racional. Existe tanto por onde é possível poupar, reduzir e eliminar despesas supérfluas. E hoje, mais que nunca, é fundamental todos contribuirmos para a redução da despesa, que não podemos deixar nenhum sector de actividade fora deste combate!"
Texto publicado na edição de 12 de Maio de 2010 do Diário de Coimbra. Emídio Guerreiro
Chamo a atenção para este post. Todos são bem vindos.
Todos os dias passo por aqui e quase todos os dias penso no mesmo: como é possível possuir um campo desportivo numa área nobre de uma vila e ao mesmo tempo presenciarmos um cenário de total desertificação?
Parece que entramos numa área inóspita e hostil à vida ao ar livre; não há uma sombra, apenas cascalho, pó, pedra ... e arame farpado!!
Do outro lado estacionam camiões de longo curso.
Melhor é possível, não?
Que grande jogo!
Que grande sinal rumo a África do Sul!
Que grande entrega! Que elegância; que fulgôr (palavras de treinador).
Que pouca vergonha! (dizemos nós, ignorantes que não percebemos nada de bola)
-É a crise meus Senhores! É a crise!
Ou acham que a crise é só na nossa carteira?
Pois bem os nossos atletas também têm direito a manifestar solidariedade.
Por isso também há direito a haver crise de futebol na selecção!
Enfim, uma boa partida de futebolês, a rivalizar bem com a lição de portinhol que nos deu há dias o nosso Primeiro Ministro.
Ouvi até um comentador dizer que isto até poderia ser estratégia do selecionador, para não dar a conhecer os nossos trunfos e segredos...
Porque a malta continua a achar que desta é que vai ser...
Em 2005
“a Direcção dos bombeiros reafirma a mesma simpatia pelo local indicado em Março do ano passado em reunião tida com a Câmara, e que é próxima dos campos de ténis”.
João Salgueiro prometeu, à semelhança do que aconteceu com os outros corpos de bombeiros, que a Câmara vai comparticipar com uma verba para a aquisição do terreno. “Só que, sem a revisão do Plano de Pormenor não se pode construir naquela área”, frisou.
De facto , João Salgueiro tem razão: foi a primeira vez que prometeu, em público, ceder um terreno para a construção do quartel.
Só não sabemos é onde!
Aguardemos.
Perante o nosso problema de Finanças Públicas, défice excessivo, crescimento baixíssimo e dívida externa altíssima, o nosso país foi incapaz de tomar medidas para conseguir continuar a financiar a nossa dívida. Assim, sendo os alemães e os franceses tomaram conta do assunto e impuseram-nos metas a serem cumpridas para o futuro.
Assim, o nosso Governo acatou as ordens e com o apoio do Líder do PSD, tomou algumas medidas que poderão ir resolvendo o problema, senão resolverem o problema tomam-se mais medidas, logo se vê se terão então o apoio do PSD. Como reserva para 2010, temos o Subsídio de Natal dos funcionários públicos, que poderá ser aplicado na redução do défice, se até lá a economia portuguesa não crescer o suficiente para o aumento das receitas fiscais.
O aumento dos impostos é um aumento que tem como único objectivo aumentar a receita fiscal, para assim reduzir o défice. Uma certeza, podemos ter desde já, estas medidas vão manter-se no mínimo até 2013.
Havia alternativa? Claro que sim, mas é preciso ter coragem, a despesa pública nem sequer está no investimento, mas sim nos salários dos funcionários públicos, nas pensões, na saúde e na educação. Nestes sectores é possível fazer alguma coisa? Todos os países, que estão no centro da crise, baixaram os salários dos funcionários públicos, ontem era noticia a possibilidade do Reino Unido dispensar 300 mil funcionários públicos.
A semana passada li uma proposta de um Economista Português que é professor na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e que escreve todos os Sábados no Jornal I, que se resume:
- Na redução da Taxa Social Única para 17%, o que permitia baixar o custo salarial sem baixar salários, aumentando assim a competitividade da nossa economia,
- No aumento do regime geral do IVA de 20% para 25%, aumentar o preço dos bens, maioritariamente importados, significa desvalorizar a moeda sem sair do Euro.
Estas medidas permitiriam ainda estimular a poupança, reduzindo a divida ao exterior, que é maioritariamente das famílias e das empresas.
Veja aqui o artigo completo, que tem uma alternativa ainda mais radical.
Começava assim o post do Jorge Vala no dia 8 de Dezembro de 2009.
Hoje, fui surpreendido por um magnifico trabalho, sobre esse trágico acidente, através de um comentário do Sr. Herlander Silva.
Tem tudo: descrição acontecimentos, fotos, notícias Jornais,... . A página está feita com um bom gosto e simplicidade que merece uma visita bem pausada.
Obrigado!
Pode ser consultado AQUI!
Alunos da prof. do 1 ano Debbie M. estavam a examinar 1 foto de família.
1 das crianças da foto tinha cabelos de cor bem diferente dos outros. Alguém sugeriu que essa criança tivesse sido adoptada.
Logo uma menina disse:
- Sei tudo sobre adopção, porque eu fui adoptada.
O outro aluno perguntou-lhe:
...- O que significa "ser adoptado"? - Significa - disse a menina - que tu cresceste no coração da tua mãe, e não na barriga!
@Joana Reis (Facebook)
" o Portomosense " traz de novo a público , a falta de condições do Cine -Teatro de Porto de Mós (aqui ).
Na última sexta -feira ( 15, de Maio, 2009) , mais uma edição de " Vem Dançar" esgotou a sala.
O calor era insuportável. Parecia uma sauna. Apesar deste clima , a audiência estava totalmente vidrada no que se passava no palco.
Vi também o Vereador da Educação inquieto com tanta gente lá dentro. Mas já esteve assim o ano passado e sempre que há espectáculos com crianças o cenário repete-se.
Seria muito mais adequado uma intervenção de fundo neste espaço de modo a que todos os que queiram ver o espectáculo o possam fazer com toda a segurança e não enfrentar uma preocupação recorrente e sem remédio à vista. Já me parece exagerado, tanta preocupação e com tão poucas soluções!!
Um ano depois, estamos exactamente na mesma. A edição deste ano , com a casa completamente cheia, foi um enorme sucesso... mas todos saíram suados e completamente exaustos do calor que se fazia sentir na sala. Até quando?
Hoje interrompo a rubrica 'O relógio não pára' para partilhar com quem ainda não ouviu esta reportagem da TSF.
Foi feita na Serra Algarvia mas poderia ter sido em Trás-os-Montes, nas Beiras, na Serra de Aire e Candeeiros ou em qualquer outra parte do país.
A diferença entre o discurso político a realidade é abordada várias vezes ao longo da reportagem, mas isso nem é o pior pois já estamos habituados. Mas o pior é mesmo ouvir os relatos de quem quis fazer dos produtos tradicionais um negócio e dessa forma contrariar a tendência de desertificação, e se depara com a maior de todas a dificuldades, o Estado.
Ouvem-se histórias de explorações que aguardam dez anos pela legalização, outras que após processos demorados e caros deparam-se com mudanças na legislação que os obrigam a recomeçar o processo da estaca zero… outras que apesar de beneficiarem de comparticipações europeias tornaram-se inviáveis pelas exigências legais, ouve-se de tudo.
Alguns casos, que são exemplos de estoicidade e até de heroísmo, atingem a viabilidade e chegam mesmo à exportação, mas em muitos outros, demasiados, as lágrimas ocupam o lugar outrora preenchido pela esperança de quem se lança à aventura do negocio.
Não necessitava de ouvir esta reportagem para saber que o Estado Português se comporta como um pai super-protector que trata os filhos como incapazes de decidir por si, e por isso há muito nos roubou a capacidade de escolha. Em troca promete segurança e protecção que sabemos ser incapaz de nos dar. As contrapartidas com que justifica a invasão permanente da esfera privada são distribuídas de forma desequilibrada e por isso são, elas próprias, geradoras de desequilíbrios.
É tempo de os portugueses terem opinião sobre o papel do Estado na sociedade, assim como sobre a sua dimensão ideal. Na actualidade todos os indicadores económicos confirmam a sua sobredimensão, mas há uma questão civilizacional que ultrapassa a vertente económica e que se refere à relação entre o cidadão e o Estado. Preocupante é notar que pedir liberdade nos dias de hoje é algo patético, pois a liberdade é há muito património da esquerda. Defender a liberdade à direita equivale a ser apontado como neo-liberal. Sinais dos tempos neo-miguelistas...
Desafio-os a ouvir esta reportagem.
"A Europa rendeu-se a José Mourinho"
A Bola
"Se engrandeció también la leyenda de José Mourinho, odiado por unos e idolatrado por otros, capaz de devolver al Inter a lo más alto. Él y la voluntad de unos jugadores que volvieron a ofrecer un recital de sacrificio, solidaridad, disciplina táctica y pegada, mucha pegada."
Marca
"Comme face au Barça et à Chelsea, José Mourinho a montré qu'il était le meilleur tacticien d'Europe et peut-être du monde."
L' Équipe
"A 30 anni la prima grande squadra e la prima finale: se questo è un debutto... E la sera di José Mourinho che festeggia piangendo la sua seconda Champions con due squadre diverse."
Gazzetta dello Sport
«Quero ser o único a conquistar a Champions em três clubes»
José Mourinho
Após mais uma final da Liga do Campeões, a equipa de José Mourinho, desta vez o Inter de Milão, voltou a vencer o que será o troféu de maior prestígio mundial para um clube de futebol.
A meio da tarde estive num convívio de família e, claro, o jogo do final da tarde e José Mourinho foram assuntos de conversa. Os detractores acusam-no de ser arrogante, de desprezar a língua portuguesa, entre muitas outras coisas. Fiz uma sugestão a quem não gosta dele: Vençam-no repetidamente e deixará de ser importante.
A ambição que o 'Special One' mostra ao afirmar que quer ser o único a conquistar a Champions em três clubes diferentes, alimenta o ódio que lhe têm, mas também a admiração a outros. E pergunto: alguém dúvida que o irá conseguir?
O nosso país precisa de líderes que não se resguardem atrás do xadrez calculista da política, mas que não tenham medo de correr riscos, e dessa forma sejam exemplo para o portugueses. Encolhidos não resolveremos a nossa situação. É pena que José Mourinho não tenha optado pela política.
Regresso hoje àquelas expressões a que aqui tenho feito referência muitas vezes, que à primeira vista parecem não fazer qualquer sentido para, pouco depois, percebermos que, afinal, seria difícil encontrar outra que melhor transmitisse a ideia que lhe está subjacente.
Bascular o jogo não é mais que uma versão mais actual, mais modernaça, da velha e gasta mudança de flanco, um movimento que tenta explorar o factor surpresa que, no futebol como em tudo na vida, constitui uma das maiores vantagens competitivas. A ideia é simples: quando o jogo está todo ele puxado para um dos lados, para um dos flancos do campo, com os adversários com as atenções aí concentradas, surge a esperteza de dois jogadores: um que resolve tirar a bola dali e colocá-la precisamente do outro lado e outro que percebe que é para lá que tem que se deslocar, para a receber e regalar-se com todo aquele flanco livre de incomodativos adversários. É surpreender o adversário, todo ele balanceado para o lado contrário, através de um golpe de génio, um misto de esperteza e de capacidade técnica. De pouco lhe vale a esperteza se não tiver capacidade técnica para colocar a bola no sítio certo, num movimento que, de facto, lembra o de uma báscula, uma gigantesca e velocíssima báscula.
Bascular o jogo é introduzir-lhe um factor de surpresa mas também um factor de mudança. Um movimento de rotura, que acaba com aquela embrulhada de um molho de jogadores concentrados num curto espaço de terreno que se atropelam em busca de uma bola. Que rompe com uma fase do jogo improdutiva e desagradável, de um mau espectáculo.
É de um movimento de rotura e de um agente de mudança que hoje, aproveitando esta ideia de viragem que o bascular suscita, gostaria de falar. Refiro-me a Jorge Jesus e ao seu papel no Benfica. De rotura com um passado de visão derrotista, de rotura com a fatalidade do insucesso e de viragem de uma página e de um ciclo. Que basculou a equipa para o lado do sucesso, o lado da qualidade de jogo e da qualidade do espectáculo que tem para servir.
A partir daí tudo se transformou: jogando bem é mais fácil ganhar e, ganhando, acorda e mobiliza uma massa adepta única em Portugal, capaz não só de manter cheio o seu estádio como de encher os dos adversários por esse país fora. A UEFA acaba de divulgar que Benfica é o décimo clube europeu em assistências, numa lista encabeçada pelo Barcelona (o segundo é o Borussia de Dortmund) e onde o Real Madrid é terceiro o que, para uma liga de um país como Portugal, é notável.
Foi uma mudança, esta do Benfica e de um ano para o outro, a todos títulos assinalável e que, sem qualquer sombra de dúvida, tem que ser levada a crédito de Jorge Jesus. E de Luís Filipe Vieira que, contra muito boa gente, incluindo Rui Costa, mas certamente avisado das intenções de Pinto da Costa, entendeu ter chegado a hora de o contratar.
Confesso que era um dos que achavam que não era treinador para o Benfica. Por uma questão de imagem: um corte de cabelo a atirar para o foleiro, um discurso a atirar para o deprimente, gafes sucessivas, umas atrás das outras e, por fim, o raio da pastilha elástica, já de si pouco abonatória mas ainda mascada de boca aberta. Era evidente que o homem sabia da poda, tinha-se visto por onde passara, mas, para mim, isso não era condição suficiente!
Estava enganado! Não no que respeita à imagem, essa está lá e já ninguém a consegue mudar. Estava enganado era quando pensava que a sua capacidade profissional não era condição suficiente para ser treinador do Benfica. Afinal foi suficiente para ser muito mais que treinador do Benfica, foi suficiente para se tornar no agente de mudança que marcará a história, rica e grandiosa, do maior clube de futebol do país. E é suficiente para, apesar do handicap da imagem, provavelmente se ter transformado, a seguir a José Mourinho, no treinador português mais apetecido para os mercados internacionais, como a recente renegociação do seu contrato, com a introdução de uma cláusula de rescisão – 7,5 milhões de euros – inimaginável para o mercado de treinadores em Portugal, deixa perceber.
Ora aqui está também uma lição de vida: quantas vezes, por razões de preconceito, se negam oportunidades a gente verdadeiramente excepcional naquilo que faz? E quantas vezes, quando uma oportunidade finalmente chega, estamos ainda preparados para a agarrar, e bascular a nossa vida, como fez Jorge Jesus?
"Há mais vida para além do défice"
Jorge Sampaio em 2004, na altura Presidente da República.
Que frase escolheria Jorge Sampaio para um momento como o actual?
Aceitam-se sugestões.
Eu arrisco uma: "Haverá défice para além da nossa vida"
Recentemente, entrei no Pavilhão Gimnodesportivo para participar numa aula de dança. Bem fixe!!
Tanto à entrada como à saída fiquei com a nítida sensação de que deveria voltar com uma câmara fatográfica para registar o avançado estado de degradação do edifício.
Milhares de jovens passam por aqui todos os dias. Já que lhe hipotecamos o futuro com obras faraónicas que os Espanhóis já abandonaram como por exemplo o TGV, ao menos que a nível local se conservem os edifícios onde ainda podem aprender divertindo-se. As fotos falam por si!
Estamos a viver uma semana de ressaca. Diria que de muitas ressacas – dos festejos benfiquistas à visita do Papa – mas, fundamentalmente, da ressaca do anúncio das medidas de austeridade com que o governo, com a muleta do PSD, nos vai tornar a vida ainda mais difícil.
Uma ressaca, e reportando-me apenas à mais clássica, a simples herdeira de uma noite de copos com alguns excessos, não é coisa fácil, havendo mesmo especialistas que entendem que a melhor forma de a enfrentar é com o pêlo do mesmo cão. Como se diz na gíria: em cima de uma pôr-lhe outra, ou curar uma com outra!
Parece-me que é mesmo isso que está a acontecer e, como dizia a Ivone Silva na rábula da Agostinha e do Agostinho num velho programa da nossa televisão (sim, dessa tal!) – Sabadabadu, se não estou em erro –: está tudo grosso!
Ora vejam só:
O nosso impagável primeiro-ministro (PM) inicia a semana em Madrid a expressar-se em portuñol, aquela linguagem muito expedita com que, sempre solícito, o tuga tenta responder a nuestros hermanos quando lhe perguntam por um restaurante ou pelo melhor caminho para chegar a este ou aquele monumento. Só que não era exactamente a mesma coisa, era o PM de Portugal perante uma plateia internacional … que ria perdidamente. Poderia pensar-se que estariam todos a rir da estória do tango (nem sei o que será de menos bom gosto e mais deprimente) e da necessidade de dois para fazer o par. Mas não, toda aquela gente ria que nem bêbados (também eles) com toda a graça que tem um PM a expressar-se daquela maneira.
O INE divulga a taxa de desemprego no final do primeiro trimestre, situada nos 10,6% e correspondendo a um crescimento de 1,7% face ao período homólogo do ano passado. O mais alto nível de desemprego dos últimos 30 anos, com regiões a atingirem valores que entram claramente na red line de alarme, como a região Norte, com 12,6% ou o Algarve, com 13,2%. Nada que preocupe o PM, para quem não era sequer importante avisar que esses números irão subir ainda mais, mas sim a notícia do IEFP de que em Abril haviam menos mil desempregados inscritos nos Centros de Emprego, como se ninguém soubesse o que se passa com os seus ficheiros.
Entretanto o ministro das finanças dizia em Bruxelas que afinal as medidas de agravamento temporário de impostos, anunciadas para ano e meio, eram para manter até quando necessário. O que quer tão simplesmente dizer que no final de 2011 não teremos o deficit ao nível anunciado, porque, como é evidente, de tudo o que foi o tal acordo com o PSD, a única coisa que está quantificada é o aumento de impostos. De redução de despesas: nada! Nada está quantificado, pelo que, como sempre, o ajustamento de consolidação se faz apenas pelo lado da receita: pelos impostos que nos saqueiam!
O secretário de estado dos assuntos fiscais, depois secundado pelo ministro das finanças (como iremos ver agora é esta a política de comunicação do governo: um secretário de estado manda um bitaite, a ver se ninguém liga, depois vem o ministro e confirma-o e por fim, se houver necessidade, vem o PM e desmente, porque aí já ninguém acredita!) vem dizer que os aumentos do IRS têm efeitos retroactivos a Janeiro. Para além de inaceitável é inconstitucional, o que neste momento até nem quer dizer grande coisa. Pois, e lá veio o PM atabalhoadamente declarar falso alarme! Mas, claro, não dá para acreditar. Acreditem que não! Porque tecnicamente é impossível e creio mesmo que também ilegal.
Como aqui antecipava na semana passada – num texto publicado pouco antes do anúncio das medidas de austeridade – bastaram apenas dois dias para se ver que a terceira travessia não fora descartada. Era, como então dizia, apenas para europeu ver. Isto já não traduz apenas o desnorte do governo, com discursos contraditórios entre ministros e PM, traduz a falta de seriedade e de respeito pelos compromissos assumidos com as instituições europeias e com o seu parceiro de diálogo.
A metodologia foi a mesma: começa pelo secretário de estado, logo no dia seguinte ao anúncio do seu cancelamento, passa pelo ministro da tutela, que logo no sábado garantia que a terceira ponte era mesmo para avançar e culmina na segunda-feira, com o pobre do ministro da economia a ver-se obrigado a confirmá-lo para, na entrevista à RTP – mais um exercício de delirante negação da realidade e de manifestas dificuldades de relação com a verdade – o PM vir dizer que o lançamento do novo concurso será adiado por seis meses, à espera que “a situação financeira internacional” o permita.
Sim, para o PM não há problemas no país, apenas e sempre uma crise financeira internacional. Para o PM os problemas existem num “mundo que mudou em duas semanas” e que, coitados, precisam da nossa ajuda. Para nós esta é apenas a primeira de muitas e muitas semanas de ressaca!
A discussão do Novo Código de Execução de Penas e Medidas Privativas da Liberdade sugere-me algumas considerações que estão para além da discussão deste diploma em particular. Se é verdade que, por um lado, algumas vezes me indigna o facto de algumas penas para alguns crimes serem tão brandas, também é verdade que, por outro lado, me pergunto até que ponto as penas de prisão cumprem uma das suas missões principais que é ressocializar, reintegrar, quem cometeu o crime, para além de proteger a sociedade e fazer “pagar” o acto delituoso, mas com dignidade, respeito e perspectiva de reintegração. Não basta encarcerar e proteger a sociedade enquanto está dentro dos muros, é necessário protegê-la, no futuro, procurando “devolver” o indivíduo com uma nova perspectiva de vida, um novo projecto de vida, diminuindo assim a probabilidade de reincidência.
Segundo alguns autores a prisão é uma escola do crime, mais do que um local de reeducação e ressocialização.
O termo Comportamento Desviante cada vez mais ocupa um lugar importante quando se fala de Psicologia Criminal, procurando retratar o facto de, cada um de nós, a determinado momento da nossa trajectória de vida, poder cometer um comportamento que se desvia da “norma”. Atrevo-me a dizer que cada um de nós pode ser um potencial criminoso, ou seja, a dado momento da nossa vida, por alguma razão poderemos vir a cometer um crime, ou um acto delituoso. O comportamento desviante é o resultado de Nós e as Circunstâncias e essas não as conseguimos prever, mas não é difícil prever que alguém que cometeu um crime (legalmente se cumpriu a pena logo expiou a sua culpa perante a sociedade), que esteve preso durante anos e anos quando é “devolvido” à sociedade tem fortíssimas probabilidades de voltar a reincidir se não for feito um trabalho de grande acompanhamento. Muitas vezes a família afastou-se, não existe qualquer projecto de vida pessoal ou profissional, as portas para a reinserção no mercado de trabalho estão fechadas, o estigma é inabalável, o que lhes resta?
Claro que se pensarmos com o coração, ou se a situação for connosco ou com a nossa família a nossa mão é pesadíssima e nunca nenhuma pena é suficiente para pagar alguns crimes, mas na verdade existem muitos indivíduos que merecem uma segunda oportunidade, que merecem que o rótulo que lhes é atribuído dê lugar a uma outra oportunidade, devidamente acompanhada por técnicos especializados. É crucial possibilitar ao sujeito preso uma participação activa e responsável sobre o seu processo e o seu projecto de vida, mas nada disto dará frutos se não for trabalhada a comunidade em geral e os empregadores em particular. O que adianta trabalhar um projecto de vida pessoal e profissional na prisão se a comunidade e os empregadores ostracizarem e vetarem o acesso destas pessoas ao emprego e à inserção na sociedade? Se quem sai da cadeia não tem emprego, não tem família, não tem projecto de vida, mas tem um rótulo para o resto da vida, o que é que acontece?
É importante e urgente despertar em cada um de nós uma consciência critica sobre o que se passa intramuros, exigindo maiores investimentos por parte dos nossos governantes; condições que garantam o cumprimento do respeito pela pessoa humana, condições físicas dignas e um trabalho biopsicossocial que procure garantir-nos a protecção da vida em sociedade.
O actual estado da situação económica e consequente taxa de desemprego do país irá potenciar o aumento da criminalidade e instabilidade social. Naturalmente esta não é a preocupação dos nossos governantes mas poderá a curto prazo ser a nossa!
Na entrevista que ontem a RTP1 proporcionou ao Primeiro Ministro de Portugal, ficou uma vez mais evidente que os entrevistadores não tiveram grande trabalho.
As respostas estavam preparadas, independentemente das perguntas e foi assim até ao fim.
Ficou também claro que o Primeiro Ministro reconhece que nestes últimos tempos o mundo mudou, mas o seu discurso continua a não mudar.
Afinal a crise que vivemos não decorre apenas daquilo que aconteceu nas últimas semanas. Há mais de um ano que ouvimos ilustres economistas deste país, lançar alertas sobre o mau caminho que o Governo estava a seguir; que não era possivel o equilibrio das finanças Públicas sem "cortar" do lado da despesa e sem aumentar os Impostos. Mas infelizmente o Primeiro Ministro não reconhece que o problema está no erro das suas Politicas dos últimos 6 anos e vê "apenas" no ataque ao Euro a razão desta crise.
Aliás promete mais despesa para daqui a alguns meses. Promete levar por diante as obras faraónicas que tem vindo a anunciar, promete, promete...
Nesta entrevista pudemos observar um Primeiro Ministro igual a si próprio, que ousou pedir um esforço aos Portugueses, quando sabe que o esforço será de grande dimensão; que disse ter feito tudo para não aumentar os impostos, mas que uma vez mais sustentou no aumento dos impostos a solução para reduzir o défice.
Todos sabemos que não é fácil ser Primeiro Ministro numa conjuntura como a actual.
Mas percebe-se que, mais esforço, menos esforço, mais desempregado menos desempregado, mais mês menos mês o País há-de ultrapassar a crise e melhores dias virão.
Vem aí o Verão, as Férias, as Festas, o Mundial e o Benfica foi Campeão.
Afinal estamos em Portugal!
"Para defender a Europa, Portugal não devia ficar na posição de não fazer nada."
Esta foi apenas uma das tiradas do nosso PM, na entrevista de ontem à RTP, que continua a querer convencer-nos que somos o único país que marcha bem no meio do pelotão europeu.
No aniversário do Clube Lions de Leiria perante convidados e outros Clubes Lions disse o seguinte:
26 anos de vida significam que estamos a caminhar com passos seguros para uma nova etapa do nosso clube: o primeiro ano de pelo menos outros 24 eoutros 24 .....
Não nos cansa esta batalha na assumpção de Séneca pelo bem comum , balizada na ética e na honra. Apesar da conjuntura nos impelir para o desalento e o sentimento de impotência perante as adversidades da vida nós Lions não desanimamos e alcançámos uma terapia.
Em primeiro lugar, com o conhecimento adquirido e transmitido pelos mais velhos, reformulamos o que é necessário para que a vida do clube continue com a credibilidade exigida e que deve ser a todo o custo mantida.
Por outro lado, estabelecemos uma hierarquia de valores e de preferências com realismo e conhecimento das nossas limitações de natureza variada, mas nem por isso deixamos de renovar as ilusões , porventura, alguma vez perdidas.
E finalmente sabemos aplicar uma vontade firme para realizar estes propósitos, determinação férrea, decisão esforçada e empenho inquebrantável.
Raramente é possível retomar uma frase notável de Winston Churchill adpatando-a um pouco à nossa escala e dimensão “ nunca tão poucos fizeram tanto por tanta gente”.
Parabéns a todos os Lions , parabéns ao Lions club de Leiria. "
Leiria, 15 de Maio, de 2010
Dentro de alguns minutos iniciar-se-á a reunião que terá como missão eleger o futuro director/a do Agrupamento de Escolas de Porto de Mós. A seu tempo aqui registarei o resultado.
Até já
Votantes -19 ( registou-se a ausência de dois votantes)
Rui Neves -11
Fernanda Peça -4
Rui Cláudio -4
A Câmara Municipal acabou de perder um Vereador: Rui Neves é o novo Director do Agrupamento de Porto de Mós.
Espero, sinceramente, que o interesse que esta eleição despertou na Comunidade Educativa, seja apenas a primeira etapa de um novo fôlego para a Educação no Concelho de Porto de Mós.
Como Rui Neves, não vai poder acumular, o senhor que se segue é ....
No passado Sábado, a equipa de formação (Escolas B - ano de 2001) da ADP jogou na Benedita o penúltimo jogo desta época, por sinal bastante atribulada.
Os escalões de formação normalmente disputam dois torneios, o primeiro até Fevereiro e outro até Maio. Mas este ano, na ADP foi diferente, e este escalão andou a treinar desde de Setembro até Fevereiro sem disputar qualquer jogo, para estranheza dos miúdos e dos pais que nunca receberam qualquer explicação para a ausência de jogos. Houve no entanto, dois ou três jogadores do ano 2001, que passaram para o escalão seguinte, ano 2000, e que jogaram os dois torneios.
Uns meses depois do início da época, tomei a iniciativa de perguntar a um dos responsáveis do clube, qual o motivo dos miúdos não jogarem mas disseram-me que a culpa era da Associação de Futebol de Leiria e pediram-me para não dizer nada. Estranhei, mas como entretanto, sempre começaram os jogos esqueci o assunto.
Voltando ao jogo de Sábado, neste escalão jogam 7 jogadores e a ADP tinha 10 jogadores, mas iniciou o jogo com 5, sendo o guarda-redes, um jogador de campo, estando no banco o guarda redes e mais 4 jogadores. Os pais acharam estranho, o que se estava a passar e questionaram o treinador do motivo de estarem a jogar com 2 jogadores a menos, estando 5 no banco de suplentes.
A resposta foi simples mas desconcertante e revoltante, pelo menos para os pais que estavam a acompanhar a equipa. O motivo é que havia, ao contrário do habitual nestes jogos um árbitro oficial e aqueles 5 jogadores que estavam no banco, não foram inscritos pela ADP na Associação de Futebol de Leiria, logo não podiam entrar num jogo oficial!
A solução também foi simples, retiraram um dos 5 jogadores de campo, ficando 4 o que implicou de imediato a derrota da ADP por falta de comparência. De seguida, começou um jogo amigável, agora com todos os jogadores! Neste jogo ganhámos 1-0 e este jogo é que contou para os miúdos, que vieram felizes para casa.
Mas caramba, jogadores que não estão inscritos mas jogam, imagino que sem cobertura do seguro, que em principio pagaram para andar na ADP, que por sua vez recebe por cada escalão de formação um subsídio da Câmara Municipal, mas que não inscreveu a equipa na AFL e que culpa a AFL pelo facto, é demais!
Não quero criar polémicas e espero que este relato sirva para melhorar a percepção que tenho do bom funcionamento geral da ADP, mas ninguém sai bem deste episódio, com excepção dos miúdos que querem é jogar à bola.
Os Aztec Camera são mais um exemplo da excelente música que se fez nos anos 80. Tropecei nisto há pouco tempo e já não os ouvia há décadas.
A blogosfera anda animada com a suspensão da Coordenadora das Actividades de Enriquecimento Curricular, as famosas AEC's, do Agrupamento de Escolas de Torre de Dona Chama, no concelho de Mirandela.
A stôra Bruna, a morena da foto, posou para a Playboy e parece que "o alarme social causado" naquele recanto do rectângulo tuga foi de tal ordem que a Câmara Municipal decidiu pelo seu "afastamento das actividades lectivas" assim como de "qualquer contacto com os alunos, pais ou colegas".
Segundo o Público, os quiosques da terra venderam todas as edições da revista e houve quem tivesse mandado vir mais de Valpaços, Vila Real e até do Porto. A maior surpresa foi a procura da revista ter sido essencialmente feminina.
A solução encontrada pela Câmara Municipal para ocupar a stôra Bruna até ao final do contrato, que neste momento já sabe que não será renovado, foi a transferência para o arquivo da Câmara.
Pela blogosfera já houve quem apontasse este episódio como uma forma de aproximar os pais da vida escolar, teria no entanto de se arranjar uma forma de lidar com os pais com alunos noutras escolas, assim como quem afirme que uma greve de alunos será inevitável.
Eu, no entanto, imagino o Presidente da Câmara a auto-designar-se como Coordenador Geral do Arquivo e a dispensar os restantes funcionários deste serviço. Pura especulação, claro.
Prof. António Câmara - Palestra
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