Sexta-feira, 7 de Novembro de 2008

APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA DO VALE DO LIS

O Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Lis (AHVL) beneficia cerca de 2.100 hectares de solos férteis do vale desde Leiria a Vieira de Leiria. Dos 3.300 proprietários de terrenos que são beneficiários do Aproveitamento, destacam-se cerca de 100 explorações de pequena e média dimensão com actividades principais de produção pecuária (leite), horticultura para fresco e horto-industriais.

 

O Aproveitamento insere-se num projecto mais vasto estendido a toda a bacia do rio Lis, no qual foram estudados e tratados problemas de correcção torrencial, transporte sólido, regularização e sistematização fluvial.

 

A Obra do Lis criou, nos anos 50, novas condições de salubridade e acessibilidade nesta região e constitui, de facto, um empreendimento de fins múltiplos, onde os objectivos agrícolas se consideravam subsidiários dos objectivos principais de defesa contra cheias e drenagem do vale.

 

Em 1957, a obra é dada por concluída, mas só em 1965, após a execução de um grande número de obras complementares às redes de rega e de drenagem, foi feita a sua entrega formal à Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis.

 

Dados os enormes trabalhos e encargos envolvidos com a conservação e exploração de todas as obras, com um grande peso dos custos do sistema de defesa e redes de drenagem, relativamente aos dos sistemas de rega, foram recentemente desenvolvidos contactos com entidades regionais, no sentido de sensibilizar para a importância que assume a tarefa de Manutenção do Sistema de Defesa e Drenagem do Vale do Lis, entregue desde o início da Obra do Lis exclusivamente ao sector agrícola.

 

Considera-se existir hoje um reconhecimento, por parte das entidades envolvidas, que a manutenção e conservação do sistema de defesa contra cheias, do sistema viário e de parte do sistema de drenagem da Obra do Lis é fundamental, quer para a actividade económica em geral, quer para o funcionamento das infra-estruturas que apoiam as populações.

 

Constata-se que, actualmente, uma parte substancial das redes colectivas não são funcionais, não só porque as bases de concepção da obra inicial foram ultrapassadas, no que respeita às possibilidades actuais de gestão do sistema colectivo e dos sistemas de rega individuais, mas também porque as infra-estruturas se encontram muito degradadas verificando-se em muitos casos, estarem obsoletas e em colapso, uma vez que estão a atingir o fim da sua vida útil.

 

O reconhecimento do estado geral de degradação da obra, em especial da componente de rega, levou os serviços do Ministério da Agricultura a desenvolver estudos e projectos para a sua modernização e reabilitação, associada a uma acção de reestruturação fundiária.

 

Entretanto foram já executados diversos investimentos em obras primárias, 2 açudes automatizados no rio Lis e 2 estações elevatórias de dupla função, na sequência dos quais estão programadas as obras secundárias que viabilizam todo o sistema integrado, sem as quais não são repercutidos os efeitos nas explorações beneficiárias.

 

O AHVL beneficia a maior mancha de aluviões da região de Leiria, com grande potencialidade para a produção agrícola – existindo hoje explorações líder na produção Pecuária para Leite, Hortoindustriais e Hortícolas para fresco.

 

Ao Aproveitamento, nas componentes de defesa e drenagem, que se insere num empreendimento de fins múltiplos, foi reconhecida há vários anos a necessidade de modernizar e adequar as infra-estruturas do aproveitamento colectivo às tecnologias e exigências da agricultura moderna, tendo sido desenvolvidos os projectos e procedimentos ambientais necessários para a sua concretização.

 

A sustentabilidade da actividade agrícola está associada à implementação do projecto de modernização e reabilitação e de um novo modelo de gestão partilhada com outros sectores beneficiários, de modo a criar as condições de confiança para a consolidação e melhoria da competitividade das empresas agrícolas, envolvendo-as consequentemente no processo de gestão colectiva do empreendimento.

 

Pelo exposto lamenta-se que o Sr. Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, não tenha homologado as candidaturas dos projectos de reabilitação do Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Lis, dando-lhes o necessário enquadramento nas medidas previstas no novo Quadro Comunitário de Apoio. Na actual Política Agrícola deste Governo, fica a sensação que só o projecto do Alqueva é que é bom (a ver vamos se assim é) e tudo o resto é paisagem.


Cláudio de Jesus

08-11-05

publicado por Autores do blog às 06:04
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5 comentários:
De Pedro Oliveira a 5 de Novembro de 2008 às 13:48
hoje durante a manhã tive de ir à Ponte da Pedra e passei pelos campos do Lis, lembrei-me deste texto do Claudio e reparei que há muito terreno por cultivar.Terá que ver também com esta problemática?
Aproveito para enviar um abraço ao Claudio que conheço há alguns anos e, para lhe agradecer o facto de ter aceite o nosso convite para escrever no Vila Forte. Ficámos todos a saber mais sobre um assunto importante na nossa Região.
De Paulo Sousa a 5 de Novembro de 2008 às 20:23
Caro Cláudio,
Antes de mais quero agradecer a sua presença nesta mesa de esplanada.
Conheço os campos do Lis, por onde passo regularmente e desconhecia que o sistema hídrico ali implantado se destinava à drenagem dos terrenos e em segundo plano à agricultura. Noto que existem imensas parcelas de pequenas dimensões abandonadas e outras maiores que estão a produzir. Imagino que esta divisão tenha ocorrido nos anos 50 aquando da criação do sistema.
Seria interessante ali fomentar-se um emparcelamento de forma a que as áreas fossem de maior dimensão e assim se tornassem mais rentáveis. Acha isto possível ou interessante?
Mais uma vez obrigado por estar connosco.
De Ana Narciso a 5 de Novembro de 2008 às 20:48
Eu agradeço e saúdo o seu contributo para a diversidade de assuntos que este espaço deve incluir e abordar. Quando não sabemos , perguntamos a quem sabe.
Como editora deste blog , só lhe posso agradecer e pedir que volte sempre!
De Dinis a 6 de Novembro de 2008 às 19:31
Há muito tempo que não ouvia alguém falar tanta verdade sobre o Vale do Lis e agricultura, realidade que poderemos estender às restantes áreas envolventes a Leiria, falo das florestais, agrícolas e ecológicas, que vão sendo abandonadas por falta de sustentabilidade económica e técnica. O Ministério da Agricultura, com os seus milhares de funcionários, continua a ser uma máquina burocrática pesada e completamente desfazada da realidade actual.

Parabéns pelo texto, neste texto foi dito mais do que vi fazer por algum politico, leia-se autarcas, deputados e outros.

A "ver vamos", quando for tarde para aproveitar este recurso imprescindível.
De Pedro Oliveira a 2 de Abril de 2009 às 12:03
Em nome do Vila Forte, desejo as maiores felicidades ao Eng. Claudio para a nova etapa em termos profissionais:
"(...)assumiu novas tarefas no
Grupo Águas de Portugal
(AdP). Convidado pela administração
para ocupar o cargo
de administrador-delegado
da Adp Internacional,
aceitou o desafio, que assumiu
ontem."
in Jornal de Leiria

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