- Mas é verdade que a directora não gostou de uma carta que lhe escrevi, quando o meu filho foi obrigado a lavar a cabeça em pleno inverno, por uma professora que nem sequer era a directora da escola nem a professora dele. Porque levou uma crista.
- Também é verdade que referiu várias à minha esposa o desagrado por eu escrever num Blog
- Também é verdade, que quando a minha esposa a abordou, ao de leve, do infeliz assunto das pistolas oferecidas pela autarquia às crianças no Natal, a reacção dela foi, de grande lamento pelas funcionárias da câmara, que têm a carreira estragada!
- Também é verdade que a Câmara rescindiu o contrato com a empresa que fornecia os serviços das AEC, nas férias da Páscoa, depois de 5 trimestres de um serviço miserável.
- Será verdade que foi dito no Agrupamento de Escolas de Porto de Mós, no dia a seguir a este episódio, que o problema da Escola Primária do Juncal está resolvido, pois o miúdo mudou de escola?
- Será verdade que a Presidente do Agrupamento, respondeu, que já tinha muitos papeis na secretária, quando lhe foram entregar os Curricula Vitae de alguns professores das AEC?
- Será verdade que um filho, pediu à mãe para chumbar, porque assim não passava para a professora do ano seguinte, pensando que mudaria de professora?
- Será verdade que há uma diferença abissal entre os dois Agrupamentos do Concelho de Porto de Mós?
Aqui, fico-me, para já, por aqui!
Resta-me agradecer os que leram, reflectiram e comentaram, estes factos.
Obrigado a todos.
De Ana Rita Sousa a 4 de Maio de 2009 às 14:16
Regresso ao Passado 1
Quando era pequena, e apesar de não ter sido assim há tanto tempo, lembro-me que as minhas histórias preferidas eram as histórias reais! Frequentemente pedia aos meus pais que contassem as histórias de quando também eles eram pequenos.
Rapidamente me vim a aperceber que nem sempre as histórias reais têm assim tantas piada como aquelas que ouvia vezes sem conta, Nunca me cansava de imaginar como seria toda aquela realidade que me parecia tão distante, (isto no final dos anos 80/ inicio dos anos 90).
Entre muitos acontecimentos relatados, a realidade escolar dos meus pais (e talvez porque na altura era eu que andava a aprender a ler e escrever), sempre me despertou imensa curiosidade.
Contava o meu pai a propósito do ambiente escolar nos anos 45/50, as aventuras e desventuras dele e dos seus amiguinhos da escola. Entre muitas coisas lembro de como me impressionava a forma como me descrevia a facilidade de um professor bater e punir sem pensar duas vezes, a disciplina tão rigorosa, a quantidade de coisas que aprendia e a forma como tudo era tão meticulosamente controlado pela figura imponente do senhor professor que proclamava fervorosamente os valores de Deus-Pátria-Família.
Neste cenário, na escola Primária do Juncal, na secção masculina, havia no recreio uma mó onde durante o curto intervalo, meninos subiam à mó para espreitar as meninas que brincavam do outro lado. Na altura, eram coisas normais de miúdos pequenos que viveram a ditadura!
Hoje, 35 anos depois da ditadura terminar parece que estas simples brincadeiras não seriam assim tão normais.
Mas continuando, como já disse a minha infância não foi assim há tanto tempo e quem sou eu para contar historias da ditadura. Nasci depois do 25 de Abril e de facto, esse passado está muito na dimensão das histórias e talvez por isso, sempre tomei a liberdade como um valor mais do que adquirido em Portugal. Inquestionável!
O lamentável acontecimento descrito tão recentemente neste blog, fez me questionar pela primeira vez este direito e este valor que eu tinha como adquirido. Teremos afinal nós como cidadãos total direito à expressão livre? Ou será que em troca desta (suposta) livre expressão teremos de viver situações como esta que me deixam sem capacidade se quer para uma adjectivação adequada, de que foi alvo o Luís Malhó?
Tenho repetido vezes sem conta a palavra “surreal”, e continuo incrédula com a história do André, como é possível que algo assim tenha acontecido?
Como é que professoras que supostamente têm que ser no mínimo inspiradoras aos seus alunos permitem que tamanha falta de verdade e valores chegue ao tecto da própria escola?
Como é que professoras, que supostamente são dedicadas a uma causa tão nobre como ensinar e educar tomam esta atitude na situação descrita?
Como é que professoras, supostamente parte integrante da formação dos seus alunos, entram em estratagemas políticos esquecendo o seu verdadeiro papel e envolvem cruelmente crianças em vinganças políticas?
E como é que os pais que entregam à escola a maior parte do tempo dos seus filhos se podem sentir tranquilos ao terem estes entregues a docentes como estas que vão ao favor do que lhes convém?
De qualquer das formas pelos tantos comentários que esta situação tem tido neste blog, de tantas pessoas tão entendidas e por dentro do acontecimento, leva-me a crer que muitos destes comentadores donos da verdade tenham estado na dita reunião, sendo assim pais e educadores dos meninos e meninas da turma do André.
Acho incrível a forma como estes comentadores no geral estão tão a par de tudo. Desta situação em concreto, da situação em geral da escola do Juncal, passando pelos acontecimentos políticos mais badalados do últimos tempos no concelho de Porto de Mós, e por fim, e o que mais me surpreende, é como todos eles estão tão a par da vida privada do André e da sua família.
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