Obrigatório ver
HOME, filme da autoria do realizador francês Yann Arthus-Bertrand, é constituído por paisagens aéreas do mundo inteiro e pretende sensibilizar a opinião pública mundial sobre a necessidade de alterar modos e hábitos de vida a fim de evitar uma catástrofe ecológica planetária.
De PortoMaravilha a 9 de Junho de 2009 às 22:16
Se me permite, Ana Narciso, muitos parabéns pelo seu texto.
"Home" é um filme a ver.
O documentário de Yann Arthus Bertrand foi programado sexta à noite pelo canal TV France 2 e visto por cerca de 8 milhões ( sem contar os escolares que já tinham visto o filme / aqui certos cinemas autorizaram a sua progamação não pagante ).
O grande debate actual, em França, segundo o diário Liberation ( edição papel de hoje ) é dizer que que o filme, ao ser projectado, sexta à noite, influenciou os eleitores.
Nas grandes cidades a lista Cohen Bendit é largamente primeira. Em Paris "intra muros " atinge a brincadeira de 36 % nos bairros (arrondissements) 3 e 10.
Já no mundo rural a lista é quase inexistente. Parece que os camponeses ou agricultores não gostam da ecologia. O que é questionamente mas simples de explicar : Vivam os pesticidas e o ultra liberalismo.
O eleitorado de Europa Ecologia, a única lista a pensar a eleição em termos Europeus e não nacionais, é sobretudo um eleitorado jovem e com estudos.
Mas muito mais que o filme foi o facto de se saber que o melhor mel Francês ( ninguém dúvida do imaginário colectivo quanto ao mel : cura, bem estar, etc. ) é produzido em Paris.
Mas já há meses que isto é sabido junto do eleitor.
Com efeito, o melhor mel Francês é hoje produzido em Paris. Cidade ainda com parques, jardins e bosques. As colmeias estão nos telhados do "Grand Palais". Como em Paris não há pesticidas, as abelhas não morrem. No fundo, parecem ser menos alérgicas à poluição dos carros que aos pesticidas .
E nós humanos ?
Como já escrevi, a ecologia é transversal. Toca todos os partidos. É a sua força .
Pouco a pouco , vai-se ganhando uma ideia de fazer política diferente e dar palavra aos movimentos associativos. Não é preciso estar encartado !
E Viva o Porto !
Caro Portomaravilha,
Não conheço as propostas da lista de Cohen Bendit para a economia, para a segurança social, para a segurança interna, para a UE, qual a sua visão do papel do estado na sociedade...
Acho que estes partidos ditos verdes, que assim se designam por fazerem das questões ambientais a sua identidade, poderão ser redutores em termos de governabilidade, o que o torna sempre num partido de coligação e nunca num partido de poder.
Sinceramente, como já tive oportunidade de escrever neste blog, acho que o Ambiente é um assunto sério demais para ser entregue aos ambientalistas. Em Portugal o PEV Partido Ecológico os Verdes, é um apêndice do PCP, pois nunca teve coragem de ir a votos sozinho. Falo de uma coligação pré-eleitoral com mais de 20 anos.
Se eu fosse um chamado ambientalista, não aceitaria esta situação, pois impede os não comunistas de votarem no seu partido e dessa forma reduzem o seu potencial político.
Quando se fala em Quito, lembro-me logo das empresas que estão a ganhar milhões com o encarecimento artificial da energia baseada na reservas de hidrocarboretos, como é o caso das eólicas e nucleares. O medo do fim do mundo tem a idade do homem na Terra.
Será que pela primeira vez na história não há interesses em induzir a mudança de hábitos?
Digo isto e faço compostagem, separo os lixos em minha casa e se pudesse tinha um carro energeticamente mais eficiente.
Sobre a nova religião não laica, conhecida por aquecimento global fiz este texto http://vilaforte.blog.com/2225301/
Um abraço
De Portomaravilha a 10 de Junho de 2009 às 15:01
Caro Paulo Sousa,
Não conheço a política Portuguesa por dentro, mas acho um absurdo que os verdes estejam aliados a um partido.
É que os verdes não são um partido . A tomada de consciência ecologica é transversal , tocando todos os partidos. Os verdes não procuram o poder ( o que não impede que possam haver oportunistas ).
Os verdes conseguiram entrar na modernidade porque já não pensam em termos nacionais, mas sim em termos europeus e mundiais.
Há vinte anos dizia-se que não era preciso uma força ecologica autonoma porque ninguem a escutava. Passados vinte anos quer o fmi, quer o banco mundial , etc. dizem que já não é possível separar os dois ( economia e ecologia ).
A maior parte dos verdes, salvo erro, são adeptos de Keynes. Mas não do Keynes tradicional que pensava a "relance" da economia pela redistribuição e pelo consumo. A teoria do Keynes deste século está a se transformar : É ecológica e social. Ou então iremos frente á parede.
Exemplo : a maior parte das cidades do leste da Europa vão ter que renovar o seu parque de viaturas. Substituir estas porque tipo de veículos ? Continuar no mesmo esquema dando subsídios ? fazer o que se fez com a siderurgia ? Esta já não existe quase na Europa e quanto não se gastou ? Ou então criar campos de investigação para um novo tipo de transporte que pode criar milhares de empregos . Mas é uma reflexão que tem que ser feita a nível europeu (parlamento ).
As ideias verdes permitiram grandes progressos : A compostagem ,a separação do lixo ( papel, vidro, vegetais, embalagens, lixo ) a traçabilidade da composição dos alimentos que comemos, reciclagem, etc. Não foram ideias de esquerda ou de direita. Foram ideias de ambientalistas .
Foram também os ambientalistas que conseguiram reunir , cidadões quer da esquerda quer da direita, em associações para lutarem contra a implantação de mais eolienas ( no centro da França ).
A ecologia irrita e atrai porque pensa diferentemente a política. Ela é transversal.
Não digo que o filme de Al Gore não defenda o lobi nuclear.
Mas também me parece evidente que o lobbi do petroleo tem pago muita gente para fazer campanha.
O aquecimento global este está mais que provado. Não se trata duma nova religião mas de compreender que este é o fruto da actividade humana.
Não por acaso que os Holandeses estão a reenforçar todas as digas . Porque é que as Praias da Normandia e da Bretanha diminuem am areal de ano para ano ? Porque é que, actualmente, assistimos a migrações de espécies animais ? etc.
Se o aquecimento global é o fruto da atividade humana acho bom que a espécie humana comece a ter consciência da sua actividade.
Um Abraço,
E Viva o Porto !
Não sabia que tinha esse impacto em França. Obrigada pela informação. E por cá como estamso de divulgação deste documentário? Alguém sabe?
A 2 tem em média 2 a 4% de audiência, nesse dia não deve ter sido diferente.
De Portomaravilha a 10 de Junho de 2009 às 13:26
Pedro Oliveira, não devemos ter os mesmos dados quanto à audiência da cadeia Francesa A2.
O filme Home de sexta passada (20h30 ) reuniu mais de 8 milhões de tele-espectadores.
Foram contabilizadas pelo menos 40 000 entradas nos cinemas só para o dia de sexta feira.
Vários milhares assistiram à sua projecção em ecrã gigante, em Paris (Champ de Mars ).
Fonte : Le Monde edição papel , p3 , 9 de junho .
Mas é claro que não foi a projecão do filme dois dias antes das eleições que pode explicar o sucesso eleitoral da lista verde conduzida por Cohen Bendit.
Tal Sucesso tem razões muito mais profundas.
Já que se evoca a A2 ( agora é FR2 ) : para quem a possa captar e compreenda o idioma francês, sexta próxima, dia 12 , a dita cadeia vai apresentar o telefilme Francês "Désobeir" /desobedecer . Narrativa que retraça a história de Souza Mendes. Parece, segundo as criticas, que Bernard Lecoq está genial no papel de Souza Mendes.
E Viva o Porto !
Meu caro,
refiro-me à 2 em Portugal.
abraço
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