Depois de beijar, matar. Enfim, tem alguma coisa a ver! Não há o chamado beijo da morte? Pelo menos todos conhecemos um, já lá vão mais de 2 mil anos…
Mas não dramatizemos. Se falar de matar, e da morte que lhe está associada, não é tabu então em futebolês é mesmo a coisa mais normal deste mundo.
O futebolês está cheio de matanças. No futebol mata-se muita coisa. Felizmente que, na maioria das vezes, não passa mesmo de figura de estilo. Também é certo que a morte, a verdadeira e trágica, passa muitas vezes pelo futebol: em pleno campo de jogo, nas bancadas ou até bem longe dos estádios, como acabou de acontecer com o infeliz Robert Enke. Mas essa, a trágica e que todos temos por certa, não é para aqui chamada.
Mata-se a jogada, mata-se a bola e até se mata o jogo.
Matar a jogada é a expressão usada para impedir o desenvolvimento de uma acção de construção de jogo. É uma das expressões do futebolês que me parece mais apropriada: porque liquida a jogada, retira-lhe a vida com recurso à ilegalidade, e muitas vezes à violência. Quando existem sempre alternativas legais para esse impedimento: através do desarme, por exemplo. Desarmar o adversário não é despojá-lo das armas, não é obrigá-lo a depor as armas, é tão só roubar-lhe a bola (mas roubar legalmente, que é coisa que não existe só no futebol). Mas não deixa de ter o mesmo sentido de humilhação…E, aí, claro que já não há matança. Matar é ilegal, mesmo no futebol!
A fronteira aqui, como em tudo na vida, é mesmo o cumprimento da lei. E, como todos sabemos, é onde as coisas se complicam …
Também há o entrar a matar. É entrar com tudo sobre o adversário: umas vezes vai adversário e bola; outras, só adversário. O exemplo, claro, é Bruno Alves, integrando uma dinastia que conta com Paulinho Santos, Jorge Costa e Pedro Emanuel, tudo gente bem conhecida…
Curiosamente em futebolês quem mata não é, por definição, o matador. O matador é outro, é o 9, o ponta de lança, o rato de área.
É a ave rara do futebol, por quem todos os clubes dão o rabinho e oito tostões!
Apesar da analogia apontar para o vocabulário tauromáquico, há várias espécies de matadores: o tipo sniper, que faz da área o seu esconderijo, onde permanece muito quietinho, com uma enorme paciência à espera da oportunidade de atirar a matar; e o tipo serial killer, que mata a eito e de qualquer maneira, sem paciência nenhuma, de quem se diz que só tem olhos para a baliza. Mesmo assim mata muito menos que o sniper. E há ainda o matador compulsivo, que vive para matar. É uma obsessão!
Lembram-se de um tal Jardel? Pois, é o exemplo. Matava tanto que quando pensou que já não havia mais nada para matar…foi o que se viu: matou-se a si próprio.
Como comecei por dizer também se mata o jogo. E, mais uma vez, não é normalmente coisa do matador. Normalmente mata-se o jogo ao marcar o segundo golo, ou a fazer subir o score para a diferença de dois golos e, aí, o assassino até poderá ser o matador. Mas quem o mata o jogo mais vezes é mesmo o árbitro; então em Portugal parece que têm mesmo vocação exterminadora. Os dirigentes desportivos também matam que se fartam, esses não só matam o jogo como matam a sua galinha dos ovos de ouro! É mais um dos muitos anacronismos do futebol: quem mais precisa do jogo é que o mata!
E mata-se a bola, que é mesmo o anacronismo-mor! Mas é! “Mata a bola no peito e pousa na relva”. “Mata no peito e dispara de primeira”. Mas, é mais uma curiosidade, não é aqui que a bola fica morta. Não, uma bola morta é outra coisa, é quando está inofensiva. O que é estranho porque a bola é a coisa mais pacífica desse mundo, nunca faz mal a ninguém.
Farta-se de ser maltratada e nunca reage. Diz-se que chora, mas só isso!
Só assim se compreende a sua enorme preocupação com essa zona do corpo: vejam os peitorais que exibem, mais lustrosos e bem tratados que carabinas de coleccionadores e caçadores.
Pois é meninas, quando deliram com aqueles peitorais do Cristiano Ronaldo, tenham muito cuidado: aquilo é uma arma letal, meticulosamente preparada para matar!
Prof. António Câmara - Palestra
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