A bola é, ou deveria ser, ao contrário do apito do árbitro, o elemento fundamental do jogo. A seguir vêm os onze jogadores de cada lado que, com ela, constituem o núcleo do jogo.
Nuclear no jogo é mesmo a bola e são os jogadores: uma bola em movimento e vinte e dois jogadores a disputá-la, tornando-a na mais apetecível beldade, que todos têm debaixo de olho e a que todos querem deitar a mão, se bem que a maioria apenas esteja autorizada a chegar-lhe o pé!
Bola parada é, assim, uma coisa que parece não fazer muito sentido. O futebolês é pródigo em expressões non sense. Mas só à primeira vista, depois acabamos por lhe encontrar sentido, como já temos visto.
A expressão entender-se-ia nas circunstâncias em que a bola, e consequentemente o jogo, se encontram parados, até à sua reposição em jogo. Mas não é isso!
A reposição da bola em jogo é expressão aplicada apenas para algumas circunstâncias: quando a bola sai pela linha literal e é reposta, na única oportunidade em que um jogador de campo lhe pode deitar a mão, oportunidade de que muitos abusam, apalpando-a por tudo o que é esfera e abraçando-a para além do razoável, especialmente quando se encontram a ganhar; quando a bola sai pela linha final, também chamada de fundo, mas aqui apenas se jogada em último lugar por um jogador adversário, circunstância em que é resposta através de mais um violento pontapé, o de baliza; ou quando o jogo é interrompido por mera decisão preventiva do árbitro, aproveitando também ele, um ciumento que nunca lhe pode tocar, a passar-lhe a mão pelo pêlo para o chamado lançamento de bola ao solo.
O estatuto da bola parada vem-lhe de uma condição especial: um atributo de capacidade para resolver jogos. É um estatuto circunstancial que atinge várias vezes ao longo do jogo.
É o caso da marcação da grande penalidade, a meros 11 metros da baliza, sem ninguém à volta e apenas o angustiado guarda-redes pela frente. É o caso da cobrança de um livre já próximo da grande área adversária, em zona frontal ou descaída para qualquer dos lados ou mesmo de um livre indirecto dentro da mesma. E é já também na marcação de um pontapé de canto, que resulta de a bola ter saído pela linha final mas agora tocada em último lugar por um jogador da equipa que defende. Saindo do campo exactamente no mesmo sítio, o simples pormenor de quem lhe tocou em último lugar, dita a diferença de estatuto entre uma simples reposição de bola e uma nobre bola parada!
As bolas paradas assumiram uma importância capital no futebol actual. Não só são treinados até à exaustão, como são meticulosamente preparados durante o jogo.
Há jogadores, verdadeiros militantes da causa da bola parada, que passam todo o jogo à procura de brindar a bola com esse estatuto, ora através de elegantes mergulhos ora de excitantes passes de dança: um pé que fica para trás, um tronco que se inclina, uma anca que bamboleia…
Os árbitros também contam, e de que maneira, para esta festa. Ora indo na fita destes militantes ora assumindo o seu natural papel de ciumento. Sim, ele é um ciumento, tem ciúmes da bola e, principalmente, dos jogadores. É árbitro apenas por falta de jeito para jogar à bola. Por que é que nos nossos jogos de miúdos, na rua que hoje já não há, nunca havia árbitro? Simples, porque todos queríamos ser jogadores, nunca vi nenhum miúdo que quisesse ser árbitro…
Há quem despreze os golos de bola parada. São os das vitórias morais, outra das expressões do futebolês, que desculpam a derrota com um golo de bola parada, como se não valesse.
Mas, porque valem tanto como os outros e são muitas vezes bem mais espectaculares, todas as equipas procuram bons executantes de bolas paradas. A maioria apenas tem acesso ao especialista: o tecnicista que coloca a bola a contornar a barreira no ângulo oposto ao do guarda-redes, o pé-canhão que imprime tal violência ao remate que fura barreiras e guarda-redes, ou o grandalhão que, além de alto, tem grande poder de impulsão e potência de remate na cabeça. As outras, as da elite mundial, têm acesso ao restrito grupo das super vedetas que concentram tudo isso e muito mais!
É por isso que hoje o grande craque que vale largas dezenas de milhões, tem que complementar todos os atributos que bastavam às antigas estrelas com todas, e não só uma, destas especialidades. E é por isso, porque conjuga todos estes atributos como ninguém, que o CR9 é o que é. E que voltará naturalmente a ser número 1 mundial!
Prof. António Câmara - Palestra
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