Algures no livro do Levítico Deus ordena que seja observado um jubileu de cinquenta em cinquenta anos. Não se refere à comemoração de qualquer cinquentenário, como a palavra jubileu hoje nos sugere, mas sim à concepção bíblica da palavra e que se trata de uma anulação generalizada de dívidas. No Deuteronómio esta ideia volta a ser abordada: "todo o credor remitirá o que emprestou ao seu próximo".
Já 500 anos antes de Moisés o rei Rim-Sin de Ur declarou nulos e sem efeito todos os empréstimos.
As compensações de guerra impostas à Alemanha na assinatura do Tratado de Versalhes após a Primeira Guerra Mundial levaram a sua economia à ruína e provocaram uma traumatizante hiperinflação. De forma a travar este fenómeno, o mesmo Keynes que teorizou os princípios que regularam o crescimento económico da segunda metade do sec.XX, sugeriu que fossem canceladas as dívidas e as compensações de guerra da Alemanha.
Estes casos regressaram a debate perante a actual crise do crédito.
Niall Ferguson, conceituado Professor na Harvard Business Scholl, comparou há dias no Financial Times a crise e a conjuntura actual com o período entre as duas guerras. Afirma que é inevitável que assistamos, em 2009, a sérios distúrbios políticos e geopolíticos, à medida que os efeitos da recessão comecem a fazer-se sentir sobre os governos fracos e a intensificar as rivalidades entre entre Estados.
No fórum de Davos houve unanimidade apenas sobre uma conclusão, a crise ainda não bateu no fundo. Carlos Ghosn, o CEO da Renault-Nissan disse que "a crise financeira vai transformar-se em crise económica, depois em crise social e depois em crise política".
Podemos observar tudo isto sob duas perspectivas que estão naturalmente ligadas.
Em termos internacionais (i) precisamos de uma Europa forte e unida, o que poderá ser difícil num cenário de crise agravada. A cooperação entre os Estados-membros é fácil quando os respectivos povos estão em prosperidade. Os períodos de crise são favoráveis a algum radicalismo, que aqui e ali vão aparecendo.
Em termos nacionais (ii) precisamos de um governo estável, capaz e em que os portugueses reconheçam capacidade. Também nesta perspectiva olhar para o governo Sócrates não é entusiasmante.
Terei todo o gosto daqui a um ano linkar este texto dizendo: "Estavas a exagerar no pessimismo!"
Texto baseado em parte num artigo da Courrier Internacional
Prof. António Câmara - Palestra
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