"A cooperação entre os Estados-membros é fácil quando os respectivos povos estão em prosperidade. Os períodos de crise são favoráveis a algum radicalismo, que aqui e ali vão aparecendo."
Disse isto aqui http://vilaforte.blogs.sapo.pt/83850.html
e este era um dos exemplos apresentados como indicador dos tempos que vivemos. Será a ponta de um iceberg de isolacionismo e alguma xenofobia? O Reino Unido tem uma tradição de tolerância o que reforça a estranheza do caso.
É algo que ainda iremos ver por cá, como disseram no comentário anterior, os tempos de crise são sempre favoraveis ao aparecimento e/ou fortalecimento de ieias mais radicais. Não diria que é natural nem compreensivel, mas é de esperar que este tipo de coisas aconteça.. esperemos que seja passageiro
Jorge
É mesmo muito preocupante. Esperemos que a corda não rebente.
Sinais preocupantes de intolerância e xenofobia
A fome e a insegurança face ao futuro não são boas conselheiras... e esta foto representa o lado mais negro desta crise. è mesmo para preocupar, porque o fenómeno é global.
De
Si a 3 de Fevereiro de 2009 às 18:24
O sentimento que me provoca é de profunda tristeza, pelo desespero que milhões de pessoas estão a viver. Em situações extremas, e no que diz respeito ao instinto de sobrevivência, o ser humano deixa bem patente a sua ancestralidade animal e os conceitos morais e sociais são ultrapassados e esquecidos rapidamente. Como já exprimi em várias situações, é fácil rotularmos as pessoas quanto aos seus comportamentos, a sua ideologia, se são de esquerda, de direita ou do centro, se são xenófobos, se são racistas, extremistas ou outra coisa qualquer, mas, quando olhamos olhos nos olhos com o desespero, a perspectiva de miséria, da perda de todos os frutos de uma vida inteira de trabalho, teremos que, pelo menos, dar o benefício da dúvida e colocarmo-nos no lugar deles.
E desafio quem quer que seja a dizer, com SINCERIDADE, se, no caso de se encontrar na mesma situação, pelo menos não olharia de lado para TODOS os que têm trabalho e podem continuar alegremente as suas vidas, independentemente da sua nacionalidade, credo ou religião.
E mais uma coisa. Apelar a este sentimentos, no meio dos milhões de pessoas que neste momento foram vítimas desta crise internacional dá ou não dá muito mais mediatismo à precaridade e às razões da sua revolta??
Por isso, peço: pelo menos dêem-lhes o benefício da dúvida.
O benefício da dúvida é fingir que não se trata de xenofobia? Amanhã poderão ser portugueses contra os imigrantes. Ou roubar para comer... não é pecado diz o povo. Fingir que não se passa nada é contribuir para o aumento do fenómeno. O que fazer nestes casos?
O que separa a sociedade da barbárie é a lei. Dura lex est lex (acho que é assim, algum advogado que me corrija se necessário). Mas para isso é necessário uma justiça que funcione, e isso no nosso país é mais um motivo de preocupação.
Li há dias que foram encontradas ossadas do período seguinte ao terramoto de 1755 onde se existem vestígios inequívocos de que houve canibalismo em Lisboa no final do sec. XVIII, algo impensável até para a Lisboa dos meados do mesmo século. A ordem foi reposta em Lisboa por mão do Marquês e após algumas dezenas de enforcamentos públicos.
Nestes períodos a lei e a barbárie travam um combate renhido, mas a lei mais ou menos dura defende a sociedade do instinto individual.
De
Si a 3 de Fevereiro de 2009 às 20:27
Uma das perguntas que é feita no título do post é sobre sentimentos provocados por esta foto. Foi à qual respondi, e sobre a qual expus um pouco mais o meu pensamento, relativamente à urgência em classificar tipos de comportamentos, para os tornar ainda mais mediáticos.
Mas esclareço: A lei é lei e ninguém está acima dela, nem tão pouco apelo à barbárie, pelo contrário.
O meu apelo é precisamente que se vejam as coisas com alguma ponderação, antes de rotular quem quer que seja, com o epíteto do que quer que seja. Fora deste contexto, exibir um cartaz daqueles é sinónimo de xenofobia? Evidentemente que sim, basta ler o que lá diz. Se eu sou contra quem pactua com esse tipo de comportamentos? Mais uma vez sim, considero a discriminação inaceitável, seja por raça, credo, religião ou outra razão qualquer que resolvam inventar. Mas não foi isso que me perguntaram. Perguntaram-me sobre sentimentos e aí, tive que me pôr na situação de quem vê a sua vida destruída, pela incapacidade de governar a sua própria casa, quanto mais países, que várias personalidades políticas mundiais demonstraram ao longo da última década.
E pergunto: Alguma vez o senhor que exibe o cartaz na foto o faria se não estivesse em desespero? Não sei. Alguma vez ele se sentiria ameaçado por quem quer que trabalhe no seu país se não estivesse em desespero? Também não sei. E se lhe dessem um emprego, em detrimento de outro inglês, mantendo ao serviço um estrangeiro, ele recusaria? Mais uma vez, não sei, porque não posso atribuir rótulos de comportamentos numa situação assim, em que, repito, o desespero toma conta das pessoas e elas são capazes de tomar atitudes que antes seriam impensáveis. Mais ainda, sendo o Reino Unido uma nação riquíssima em nacionalidades diferentes e no centro de Londres praticamente não se ouvir falar inglês, é precisamente agora que a xenofobia se demonstra? Tenho mesmo de dar o benefício da dúvida, assim como terei que duvidar que todos os que se manifestaram estejam desesperados e não se estejam a aproveitar da situação para fazer reinar o caos.
Mas isto sou eu a falar, claro, a propósito de sentimentos....
Entendo o que diz, mas a sua resposta levou-me a pensar no que escrevi, e ao fim e ao cabo estamos de acordo sobre as questões essenciais.
Perante certas situações cada um de nós tem uma forma diferente de reagir e numa crise social como a que previsivelmente se avizinha podemos esperar surpresas desagradáveis.
De ricardo a 4 de Fevereiro de 2009 às 03:27
Pois tem razão..... Amanha são os Portugueses contra os imigrantes.
Mas se a foto é recente tem a ver com as refinarias inglesas e com a luta dos trabalhadores Ingleses exactamente contra a contratação os imigrantes Portugueses e Italianos em vez deles (Ingleses)
Há muito que os sinais andam "por aí". As alturas de crise só tornam mais fácil apelar a certas políticas.
A pergunta foi feita,por mim, propositadamente, pois sentimentos e preocupações podem não ter lugar na mesma "gaveta". Eu pessoalmente,nem sei o que faria se estivesse no Desemprego, nem se quer consigo imaginar, se o fizer fico alarmado, começo a fazer contas ao que gasto e não vejo forma de reduzir a despesa tendo em conta o que considero o minimo para mim e para os meus.Vejo aquele cartaz e olho o limite da paciência para com aqueles que "jogaram" com o dinheiro dos outros e ainda têm direito a 18 mil milhões de dólares de prémios, noticia sobre wall street esta semana.
Mas como gosto de provocar sentimentos, emoções e pensamentos, aquele cartaz prova também que a construção Europeia está longe de ser concretizada, eu pessoalmente sou defensor dos Estados Unidos da Europa(Europa Federal), sem tabus, nem mas nem meios mas e, como tal, choca-me que na Europa se olhem para parceiros de "Negócio" desta forma, não é possível imaginar manisfestações destas em Nova Iorque em relação ao Texas por exemplo, sei que esta discussão tem pano para mangas,mas eu vejo o espaço Europeu Unido na diferença respeitando a soberania de cada um, a minha preocupação é que manisfestações como esta sejam o fim do sonho Europeu no qual acredito e que quando viajo por vezes sinto-me Europeu por outras nem por isso.Reformulando a pergunta; Que Europa queremos?
De
Si a 3 de Fevereiro de 2009 às 23:11
Curiosamente (ou talvez não, porque de política nada percebo, nem quero...!) a minha perspectiva em relação à Europa é completamente contrária à sua e considero que comparar 2 membros da UE com dois estados dos EUA será, no mínimo, forçar a nota, dado que o passado histórico entre as duas situações, nada tem de comum, muito pelo contrário. E é aqui, que eu acho que a Europa pouco poderá evoluir para além da moeda única e das legislações e directivas comunitárias, sendo que, mesmo estas, são aplicadas com resultados diferentes e até extremos em diferentes países, por dependerem de factores tão simples como a política externa mais ou menos agressiva, consoante o peso económico representado, ou tão complexos como a educação, as tradições ou até a consciência cívica.
Exemplificando: Somos 10 milhões de portugueses - que peso teria a nossa economia, a nossa identidade, a nossa língua, as nossas tradições, numa Europa Federada, perante os gigantes espanhóis, franceses ou alemães?
Pelo contrário, se calhar muitos seriam os benefícios económicos que tiraria a Alemanha de uma Europa Federada, embora as questões linguísticas de uma ancestralidade germânica, que nada tem em comum com as génese latina fossem um obstáculo..
~por tudo isto e muito mais,não acredito nuns EUE, mais do que já estão e que contrariamente aos EUA nêm 1 dialecto têm em comum.....
De 7 Setes a 4 de Fevereiro de 2009 às 09:28
42% dos trabalhadores de Londres não nasceram no RU (embaixador ontem na 2) sem conhecimento de qualquer conflito até à data, imaginem esta percentagem numa qualquer cidade portuguesa .
Comentar post