Quarta-feira, 11 de Fevereiro de 2009

Como 'empurrar' a realidade para dentro do modelo?

 

Segundo as teoria Keynesianas, que regulam a economia há décadas, a forma de estimular o crescimento da actividade económica recorrendo à política monetária consiste na intervenção do Banco Central no mercado monetário injectando liquidez. Assim, tornando o dinheiro menos escasso as taxas de juro baixam e o investimento aumenta.

Alguns Bancos Centrais ainda têm espaço para descer as taxas, como é o caso do BCE, enquanto outros já praticamente esgotaram o instrumento taxas de juro, como é o caso da Reserva Federal Americana.

Acontece que estamos a assistir a um fenómeno que distorce o efeito pretendido.

Os bancos comerciais encontram-se numa situação delicada, não só mas também devido ao crescente volume de incumprimentos. A forma que estes têm para ‘criar reservas’ e assim suportar as perdas previsíveis, passa por aumentarem os spreads da operações activas, ou seja as suas margens de lucro.

Um exemplo. A Euribor a 3 meses estava em Setembro passado a rondar os 5%. Uma empresa conseguia um crédito de curto prazo a Euribor 3M + 2,5%, quer dizer que a operação lhe custava 7,5%. Actualmente com o mesmo referencial (Euribor 3M) nos 2%, a mesma empresa dificilmente consegue fazer a mesma operação com um spread inferior a 4%, 5% ou ainda mais. O que quer dizer que lhe irá custar sensivelmente o mesmo.

Desta forma o efeito de redução de taxa de juro no mercado monetário é totalmente distorcido pelas politicas de preços da banca comercial.

Keynes, um especialista, ou melhor O especialista, em macroeconomia, não terá previsto esta questão que resulta de uma esfera micro.

Como se pode sair disto? Será que existe alguma alternativa a uma intervenção pública na politica comercial dos bancos? Quem me conhece, e muito menos eu, não me imaginava a defender uma intervenção do estado nas decisões das empresas, mas não estou a ver outra alternativa para se conseguir ‘empurrar’ a economia para dentro do modelo com que sabemos lidar. O estado, nomeadamente o português, não se preocupa nada em intervir a este ou a outros níveis, mas como sempre na nossa história só chegaremos a esse ponto depois de outros o fazerem primeiro.

 

PS: Se alguém conhecer uma alternativa a este pesadelo, em que saberemos como entramos mas não como sairemos dele, que nos informe. E já agora que seja rápido.

 

estou: apreensivo
publicado por Paulo Sousa às 23:30
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De Paulo Sousa a 18 de Fevereiro de 2009 às 08:39
«A queda das moedas das principais economias do Leste Europeu acentuou-se, ameaçando estes países com uma espiral semelhante à vivida pela Islândia, mas com um efeito potencial de contágio muito maior para a zona euro, incluindo Portugal.
O forint húngaro caiu 2,2 por cento face ao euro e registou um novo mínimo histórico. O zloty, a divisa polaca, caiu para um novo mínimo de cinco anos face ao euro, acumulando já uma perda de 36,8 por cento durante os últimos doze meses. E a coroa checa perdeu 2,2 por cento do seu valor para o euro, ficando no mínimo dos últimos cinco anos.
As divisas destes países do Leste europeu parecem cada vez mais frágeis, penalizadas pelo forte abrandamento das economias, o desequilíbrio externo acumulado ao longo dos anos, o elevado nível de endividamento dos agentes económicos em moeda estrangeira e a incapacidade dos respectivos governos para, sozinhos, enfrentarem estas pressões dos mercados. Um cenário que, embora de forma menos grave, faz recordar a espiral de depreciação da divisa em que entrou a Islândia em Setembro do ano passado.
Como afirmava ontem na edição on-line do Financial Times uma analista do Commerzbank, "a capacidade dos bancos, empresas e particulares para fazer face aos empréstimos contraídos deteriora-se a cada depreciação das moedas, o que por sua vez reduz ainda mais a confiança nas divisas do Leste europeu".»

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