Quarta-feira, 27 de Janeiro de 2010

Sobre a relatividade das mudanças climatéricas e a histeria colectiva

 

Estudos no sentido de construir uma ligação ferroviária entre a Europa e África, através do Estreito de Gibraltar, trouxeram novos dados sobre a formação do Mar Mediterrâneo.

Segundo os dados recolhidos pelos investigadores do Instituto de Ciências da Terra Jaume Almera e divulgado pela revista Nature o facto da bacia do leito deste estreito ter a forma de U é um indicio claro da existência de uma inundação em larga escala. A teoria anterior, que apontava para a inundação por acção das chuvas e rios só seria sustentável com um leito em V, o que não se verifica.

O fluxo começou lento e suave, mas as placas tectónicas moveram-se e a enchente começou.

O caudal chegou a atingir velocidades superiores a 200 km/h. Estima-se que a inundação terá durado, no máximo, dois anos. Por ali terá circulado um volume de água superior ao do Rio Amazonas no seu limite máximo. Num só dia o nível de água do Mediterrâneo aumentava 10 metros e a rocha exposta a esta deslocação de água sofria um desgaste de 40 centímetros. Estima-se que neste processo o nível da águas em todo o planeta terá baixado 9,5 metros.

Terá ocorrido há 5,3 milhões de anos.

Este acontecimento só não foi apocalíptico porque a Terra ainda não era habitado por seres humanos propriamente ditos. O mais parecido que havia eram os Orrorin tugenensis.

Imaginemos que este processo geológico se regulava pela pontualidade tuga, e se atrasava 5,3 milhões de anos, o que em termos geológicos não é muito significativo e ninguém leva a mal.

Imaginemos como a história teria sido diferente sem este mar que foi o berço da civilização ocidental.

E imaginemos também que nesse mundo geográfica e politicamente muito diferente, este processo começava em 2010.

Se eu fosse um romancista este seria um excelente mote para uma obra interessante.

Que profissões, modos e hábitos de vida seriam apontados como os causadores de uma catástrofe destas?

Quantos lideres espirituais apontariam os hábitos pecaminosos da vida moderna como o motivo da furia divina?

Quantas taxas anti-inundação seriam criadas?

Quantas contribuições seriam feitas para financiar os milhões de metros cúbicos que seriam depositados na zona do estreito?

Quantos políticos não prometeriam estancar a água?

Quantos movimentos contra o buraco ozono e contra as radiações perigosas seriam criados?

Quantas medições da espessura das calotes polares seriam feitas?

Tudo no sentido de interromper a evolução geológica do planeta.

Não me quero aqui lançar num debate sociológico mas a raça humana tem um sentimento de posse do planeta e talvez por isso permite-se ao luxo (ou à insensatez) de tentar controlar as grandes variáveis que caracterizam a vida na Terra no momento em que a habitamos. Isso acontece talvez porque nos esquecemos que enquanto raça somos apenas o mais recente inquilino. E não somos um inquilino qualquer, somos um inquilino que se pode orgulhar de realizações grandiosas e por isso acha que pode tratar o senhorio/imóvel de igual para igual.

Este relacionamento inquilino/imóvel não é equilibrado pois as variáveis que contam não controladas por si. Como o imóvel não é estático, evolui, o inquilino o que tem a fazer é o mesmo que Darwin nos ensinou, adaptar-se ou desaparecer.

Domingo, 24 de Janeiro de 2010

O aproveitamento da ignorância

Por ocasião do trágico terramoto ocorrido no Haiti, a impotência humana perante os elementos vêm mais uma vez ao de cima. Talvez por defeito de fabrico, a raça humana procura sempre uma causa para todas ocorrências não dependentes da sua vontade. Hoje em dia já existe explicação para os fenómenos sísmicos mas a sua previsão, e ainda menos o seu controlo, não são de todo possíveis.

 

No passado quando os conhecimentos científicos não eram suficientes para explicar cada fenómeno recorreu-se à esfera metafísica.

 

Ao ler o post do Eduardo sobre esta interpretação lembrei-me de uns excertos de leituras sobre o Terramoto de 1755 que aqui partilho convosco.

 

O medo irracional do povo, em parte estimulado pelo fanatismo religioso, aflora a cada passo na literatura portuguesa sobre o terramoto. Tremer e temer tornam-se sinónimos. A leitura do momento, organizada pelo providencialismo católico, inculca um forte sentimento de culpabilização. A palavra de Deus, tomada como extensão da Terra em furor, tinha um duplo significado, punitivo e misericordioso. Gabriel Malagrida, por exemplo, assegurava, no Juízo da Verdadeira Causa do Terramoto (1756), que só por castigo a face da omnipotência divina se tornaria tão horrenda. Hereges, judeus e católicos, todos eram responsáveis pela vingança implacável de Deus. A causa próxima do flagelo radicava, em seu entender, nos mundanos e profanos modos da vida urbana, com os seus “teatros, as músicas, as danças mais imodestas, as comedias mais obscenas, os divertimentos, as assistências aos touros, sendo tanto o concurso, que enchiam as praças, e as ruas todas; e as igrejas, nas festas sagradas, nos sermões, nas missões apostólicas, por mais fervorosas que fossem não aparecia uma alma”. (...) Outros oradores, disputando a fama do célebre jesuíta, foram ouvidos e idolatrados pelo povo. Cabem neste grupo Manuel Macedo Malafaia, que fala de um Novo Terramoto nos remorsos da consciência (1756) e Fr. Manuel da Epifania, que menciona no Portugal consolado e instruído com as vozes de Jesus Cristo (1757) a promessa do filho de Deus em reedificar a cidade depois de resgatadas as culpas dos seus habitantes. (...) A mensagem era simples. Para que a Terra não mais vacilasse era preciso deixar de pecar e fazer penitência.

 

O Terramoto da 1755 – Lisboa e a Europa, de Ana Cristina Araújo

 

Acrescento que a Universidade de Coimbra em 7 de Fevereiro de 1756 elegeu São Francisco de Borja como protector oficial do reino e domínios de Portugal contra os terramotos.

 

Ainda outro excerto:

 

«Do cimo de púlpitos improvisados ao ar livre, os padres proclamavam que o terramoto, as inundações e os incêndios não eram mais que uma pequena amostra da ira que Deus ameaçava descer sobre aqueles que não se arrependessem. Alguns perguntaram porque é que Deus tinha, então, poupado a prisão e o bairro da prostituição, ao passo que destruíra praticamente todas a igrejas apinhadas de fiéis.»

 

A Primeira Aldeia Global, de Martin Page

 

Sobre o Terramoto do Haiti, Hugo Chavez já arranjou uma explicação visionária para o sucedido.

Eu confesso que estou a estranhar ninguém ainda ninguém ter associado o Terramoto do Haiti ao aquecimento global (ou arrefecimento, ou lá o que é), à conferência de Copenhaga ou aos movimentos de capital especulativo. Mas ainda vamos a tempo de ouvir algo do género.

 

Domingo, 10 de Janeiro de 2010

Caixões e a redução de CO2

"O tradicional método de sepultar os nosso mortos em caixões de madeira está a ser substituído por procedimentos mais ecológicos. Novas tecnologias de preservação dos corpos estão a ser desenvolvidas em diversos países da Europa. Exemplos vindos da Dinamarca e de França sugerem tratamentos dos cadáveres de forma a melhor preservar o ambiente." Ouvir e ver a explicação AQUI.

Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2009

A cimeira de Copenhaga: sabe onde fica Tuvalu?

  imagens da net

 

Daqui a pouco tempo, a reformulação da pergunta dará lugar a “Sabe onde ficava Tuvalu?”
Compete-nos, a nós, cidadãos do mundo, mudar as consciências e reeducar as nossas práticas ambientais.
Separar o lixo, em casa, já pertence ao passado. Utilizar lâmpadas economizadores e abandonar as velhas incandescentes, já era! Poupar água no duche ou enquanto lavamos os dentes, também já é obrigação.
Energias renováveis? Talvez esteja aí parte da solução para o problema. Reduzir a produção de carne? Por mim, também não faz muita diferença, mas temos de acordar para a actuação colectiva e saber quais as metas e linha orientadoras que devemos seguir.
Estive em Copenhaga há 4 anos atrás e não pude deixar de ficar perplexo com a quantidade abismal de bicicletas em circulação pela cidade. Os parques de estacionamento são impressionantes e vê-se desde o empresário janota, de fato e gravata a pedalar, como a senhora de idade, bem parecida, com o seu casaco longo, e malinha no cestinho a dar ao pedal. Falamos do norte da Europa, onde as temperaturas chegam a atingir valores negativos e, mesmo assim, vemos bicicletas de todos os géneros e feitios. Lindo, lindo, é ver a mamã ou o papá, com o seu belo atrelado para transportar as suas crianças, com direito a escolher entre o descapotável e com a protecção para a chuva.
Há zonas de circulação próprias para estes ciclistas e como alternativa os transportes públicos funcionam de forma exemplar.
De facto, com tantas horas de sol, como tão bem apregoam as publicidades ao incentivo da utilização das energias renováveis, estamos tão longe desta realidade ambiental, como a distância física que nos separa desta cidade europeia.
Contra mim falo, que não tenho bicicleta e raramente me dou ao luxo de pedalar alguns metros no Choupal de Coimbra ou em qualquer outro sitio (dos poucos que há em segurança). Há que mudar as mentalidades e hábitos, que tal pedir uma bicicleta ao menino Jesus, para começar?...

Segunda-feira, 23 de Novembro de 2009

Será o aquecimento global uma fraude? II

 

Em Agosto de 2007 a Newsweek fez capa com uma revelação que deixou meio-mundo atónito.

O Aquecimento Global é um embuste.

 

Algum tempo depois postei aqui sobre esse assunto.

O debate público com dimensão terá sido lançado pela Newsweek, tendo chovido de imediato acusações contra os cientistas que ousaram levantar a questão. São acusados de serem pagos pelo lobby petrolífero. Em resposta, algumas vozes defensoras dos interesses do ouro negro, apontam o lobby nuclear como o mais interessado em alimentar um medo que tem a idade do homem na Terra, o do fim do mundo.

Há dias a questão ganhou nova dimensão, quando chegou ao conhecimento público que os cientistas defensores do catastrofismo recorrem a práticas concertadas no mínimo questionáveis. A revelação destas práticas já mereceu o nome de Climagate. O que está em causa pode ser lido aqui.

A questão que dá o título a este post pode parecer ridícula para muitos, mas para alguns, cada vez mais, a “catástrofe climática” não será mais que uma religião laica.

Acredito que nos próximos dias deverá ser referido pelos media nacionais.

Sexta-feira, 16 de Outubro de 2009

Blog action day

O Vila Forte tem o privilégio de pertencer a uma "família" de blogues que se convencionou chamar blogobairro, é um conjunto de blogues/pessoas que apesar de não se conhecerem fisicamente têm muito em comum, somos anónimos uns para os outros(por aqui percebem o porquê do anonimato para nós ser uma não questão e de estarmos acima de questiúnculas do nosso quintal).

Por estes dias há um movimento blogosférico que quer alertar a comunidade que frequenta esta familia global, que são os blogues, para os problemas da sustentabilidade ambiental, o Vila Forte não podia ficar de fora,deste modo, aqui fica o vídeo promocional do evento e o convite para irem visitar o nosso blogobairro que está envolvido de corpo e alma nesta accção:

 

Patti ( a presidentA)

 

Jorge Soares

 

Carlos Barbosa Oliveira

 

Bluevelvet

 

Salvo Conduto

 

Delito de opinião

 

 

Segunda-feira, 19 de Janeiro de 2009

Em pleno período de ‘qualquer coisa global’

Depois de termos passado um Verão envergonhado, o que estragou as férias na praia de milhares de portugueses, regressamos pela segunda vez neste Inverno ao alerta laranja da Protecção Civil por causa do mau tempo.

Já aqui falei sobre isto. E a bota tende a errar com a perdigota.

Num destes dias à noite e na rua, encolhido com frio falei com alguém sobre a possível fraude que é o Aquecimento Global. A resposta, em tom sério, foi reveladora da gravidade do problema: “Pode ser aquecimento global, mas também pode ser ARREFECIMENTO global. Não viste aquele filme ‘O dia depois de amanhã'?”. Pensei para mim: "Pois claro. Tanto pode ser aquecimento global como também pode ser ARREFECIMENTO global!! Que é ‘qualquer coisa global’ todos sabemos. E não há que ter dúvidas porque até já fizeram um filme sobre isso!!"

Agora vou à rua tapar umas alfaces da horta para que não morram com frio. Estava indeciso entre ir em calções de banho ou agasalhado, mas depois lembrei-me dos preciosos avisos da Protecção Civil e resolvi vestir várias peças de roupa. Em pleno ‘qualquer coisa global’ o que seria de nós sem a Protecção Civil.

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