O fim da passada semana colocou ponto final em dois dos temas que mais têm apaixonado a opinião pública e agitado a opinião publicada: a avaliação dos professores e casamento homossexual!
Penso que há um denominador político comum entre ambos. Não me parece que este epílogo simultâneo seja mera coincidência . Porque em política não há coincidências!
O processo político de avaliação dos professores não só atravessava a agenda política nacional há vários anos como fora, na opinião dessa nova classe profissional designada de politólogos – tão nova que o termo é logo assinalado a vermelho aqui no meu processador de texto, o que me faz interrogar sobre se à conhecida licenciatura em Ciência Política terão juntado uma nova em “Politologia” – responsável pela perda da maioria absoluta de Sócrates. Com cedências, como sempre terá de acontecer em qualquer negociação, ou traições como igualmente sempre acusam os mais radicais, a verdade é que este processo teve um ponto final de relevante efeito político. Se terá o mesmo relevo efectivo na realidade do ensino e no estado da educação em Portugal, isso é outra história.
A aprovação da lei do casamento homossexual colocou também ponto final numa discussão que atravessava o país nos últimos meses. Mas aqui com algumas ressalvas. Apenas em princípio porque, ao contrário do processo de avaliação dos professores, sobram algumas pontas: laivos de suposta inconstitucionalidade, expectativa pela posição que o Presidente da República assumirá quando a lei lhe chegar para promulgação, sabendo-se que se trata de uma lei que não encaixa no seu perfil conservador e mesmo a repercussão que a petição pelo referendo, uma petição com 90 mil assinaturas, sempre terá. Temo pois que aqui não estejamos perante um ponto final mas um ponto e vírgula, ou mesmo reticências.
Mas para o que me proponho analisar – a coincidência no desfecho dos dois processos – não faz qualquer diferença: são ambos pontos finais, porque assim foram concebidos, foi esse o objectivo.
A aprovação do casamento homossexual e o acordo sobre a avaliação dos professores são politicamente fundamentais para o governo na actual conjuntura política e de governação que tem o orçamento como pano de fundo. A primeira porque funciona como um rebuçado para a esquerda numa ocasião em que terá de negociar o orçamento à direita, dada a óbvia e evidente impossibilidade de o fazer à esquerda. A segunda funciona como uma mensagem de capacidade de negociação que, naturalmente, reforça a imagem negocial do governo com vista ao acordo de viabilização do orçamento com a direita.
O negócio político tem razões que a razão desconhece. Por isso parecia tão despropositado avançar com uma questão tão fracturante quando o país se vê confrontado com tantos e tão complexos problemas. Por isso aquela reunião de quinta-feira no Ministério da Educação entraria pela madrugada dentro, inevitavelmente condenada ao sucesso, ao contrário do que anunciavam ventos e marés!
O professor de ginática, do meu mais velho, que é novo na escola começou mal.
Primeiro dia de aulas, regras militares, quem se portar mal leva cartão amarelo ou vermelho directo. Quem não tomar banho fica prejudicado na nota final.
Por causa da falta de condições nos balneários, já no ano passado, o meu filho em alternativa limpa-se com toalhetes e chegado a casa toma banho, assim o escrevemos na caderneta para o dito professor. A resposta, na volta, foi que são indicações devido à gripe A. Bateu na porta errada, aqui o vosso amigo que conhece o plano de contingência, foi falar com a directora de turma por causa deste assunto, como é óbvio ela foi falar com o senhor professor, lá explicou a situação e o fez descer ao patamar do bom senso, mas só naquela altura.
Como mais 3 ou 4 pais fizeram o mesmo, na aula seguinte o senhor não se conteve: Os meninos que foram fazer queixinhas aos pais e à directora de turma esqueceram-se que quem manda nesta disciplina sou eu.
Estragou tudo, aqui o vosso amigo, foi desta vez falar com o director do agrupamento sobre o assunto.
Como é natural o director pediu desculpa, que irá falar com o senhor e que nada está mencionado no plano de contingência em relação à higiene na disciplina de ginástica e que se os pais se responsabilizam pela higiene dos seus filhos e se eles têm um comportamento normal nas aulas, não podem ser penalizados na nota da disciplina.
Ainda há gente que não sabe ser professor, a esses devia ser dada, também, a possibilidade de terem uma carreira alternativa.
Este Mapa deixou-me outra vez orgulhosa !!
Janeiro foi um mês de realizações marcantes para a Eb2 Dr. Manuel de Oliveira Perpétua. Uma entrevista à Presidente do Conselho Executivo publicada no Jornal de Leiria dando destaque às boas práticas que a escola desenvolve e aplica. Logo a seguir, a visita preparatória dos Coordenadores do projecto Talkschool e ainda a boa notícia de que este Agrupamento foi seleccionado, a nível nacional, para fazer parte da Rede de Escolas Associadas ao Conselho Científico para a Avaliação de Professores. No distrito de Leiria foram seleccionados dois Agrupamentos: o de Porto de Mós e o da Escola Secundária de Pombal.
Fazer parte deste órgão consultivo, significa termos a oportunidade de contribuir para a definição do modelo de avaliação que gostariamos de ver concretizado no "terreno."
Permite aferir as dificuldades e constrangimentos a nível nacional : visitar escolas e ainda a possiblidade de dinamizar seminários e workshops sobre esta temática .
Porto de Mós vai estar presente com duas professoras: eu e uma colega do primeiro ciclo Delfina Rosário. Mais uma boa notícia!
O resultado desta parceria está disponível neste endereço:
http://www.ccap.min-edu.pt/Parecer%20CCAP%202-2009.pdf
"Na recta final do ano lectivo, Ministério informou as escolas que vai dar formação aos avaliadores e enviar novas fichas de auto-avaliação para os professores. Há estabalecimentos onde a auto-avaliação já esta feita, e os sindicatos estão "estupefactos". Mas Ministério diz que está a cumprir prazos e que avaliação não terá "qualquer efeito" no próximo ano."
Eu também estou estupefacta: a avaliação não tem qualquer efeito e as fichas de auto-avaliação não servem.
Será que estou num governo normal?
Não , não estou num governo normal!
A Assembleia da República acabou de chumbar, pela segunda vez ( a primeira primou pela ausência de 30 Deputados) , três projectos de suspensão ( PSD / PEV e BE) da Avaliação de Desempenho Docente.
Entretanto ficámos com uma caricatura do que foi o projecto inicial para a avaliação de professores. Qualquer semelhança entre o Decreto Regulamentar ,de 2 de Janeiro, de 2008 e este Simplex da Avaliação é pura coincidência. Mas há uma diferença considerável : os Presidentes dos Conselhos Executivos têm agora o peso da avaliação nos seus ombros. Não têm um dilema fácil de resolver : prestam contas perante a tutela ( Ministério) ou perante os professores que os elegeram?
Prometi a mim mesmo não falar, mais, sobre esta guerra dos professores a partir do momento em que pelas evidências todas, tenho a certeza do que está em causa não é o "modelo" da avaliação, mas sim a própria avaliação.O último sinal foi a alternativa dada após um ano de luta: AUTO-AVALIAÇÃO!
Mas vou faltar ao prometido por causa do que ouvi hoje de manhã (8 da manhã) na antena 1.
A antena 1 resolveu acompanhar duas famílias até á escola, uma em Coimbra em que o casal trabalha por conta de outrem e, estavam muito preocupados se a filha não tivesse aulas, pois não sabiam como fazer.
A outra família acompanhada foi em Lisboa, em que a mãe foi levar os filhos ao colégio (escola particular) e que estava descansada porque os filhos nunca foram prejudicados ou ela, pois os professores nunca fizeram greve e sabia, foi informada pela escola, que hoje também ia haver aulas.
Mas o facto mais espectacular para mim nem foi constatar as diferenças entre o público e o privado no que diz respeito a este assunto particular da avaliação, porque todos sabemos que no sector privado somos avaliados, o mais fantástico foi essa senhora ter dito à jornalista que estava descansada e no segundo seguinte ter dito que era professora do ensino publico e que ia fazer GREVE!!
Deixo os comentários para os meus caros amigos leitores do Vila Forte!...
A Professora Fátima Barros , escreve esta semana o seguinte:
Hoje , numa reunião informal de professores, senti-me reconfortada e acompanhada na contestação a um modelo de avaliação impraticável. Não há doutrina, prática , conhecimento, formação e informação adequadas que nos permitam acatar com serenidade uma avaliação com consequências quer na progressão da carreira quer no ingresso e contratação do mais jovens.
Hoje foi informal.
Pode ser que se transforme num acto mais formal e com mais impacto.
Caramba, houve 100 mil professores na rua ... Onde se meteram? Foram sombras que se passearam por Lisboa? Estes professores estão nas escolas , fazem parte de órgãos das Escolas são profissionais e não concordam com este modelo de avaliação. Querem ser avaliados, mas naõ assim. Eu não me resigno . Parece-me inaceitável que haja professores do 1º ciclo ou do Pré-escolar, que se não houver dotação financeira nas escolas, deslocar-se-ão a outros estabelecimentos de ensino distantes do seu local de trabalho, no seu próprio carro com dinheiro do seu bolso apenas para avaliar outros colegas. Depois regressam outra vez ao seu local de trabalho. Acham normal? Justo? Eficaz? Parece-me inaceitável e razão mais do que suficiente para suspender este processo que não assegura a igualdade de oportunidades e de acesso a todos os professores e educadores.
Só espero que a próxima resulte, de facto, numa tomada de posição comum , forte e que contribua decisivamente para a suspensão deste processo de avaliação de docentes .
Prof. António Câmara - Palestra
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