Há quem olhe para a crise como a nossa fatalidade, "fado", e há quem olhe para ela, crise, como forma de combater os desperdícios e mudar uma forma de estar, mudar a cultura despesista que tem pautado a "postura" de certos países, entre eles Portugal. O recém governo Britânico, pelas notícias vindas a público explicou, bem explicado, onde vai "cortar" na despesa e no despesismo.Por cá, foi-nos explicado de forma pormenorizada os aumentos de impostos, tirando a confusão das datas, mas ficámos a saber nada sobre onde vão ser feitos os cortes no lado da despesa. Mas pelas notícias que recebemos da "casa da democracia", AR, ficamos elucidados sobra a nossa cultura despesista, aumento 25% despesa entre as quais despesas de decoração...
Deixo mais um texto do Emídio Guerreiro, publicado no Diário de Coimbra, para percebermos melhor esta diferença entre cultura despesista e cultura da poupança:
"A crise veio para ficar. Apesar das continuadas promessas, a crise instalou-se. Uns dirão que é global, outros que é nacional. A verdade é que a crise global pôs à evidência as nossas debilidades que estão na base de uma profunda crise nacional. Gastamos demais, mais do que produzimos, e criamos uma cultura despesista no estado e nos portugueses. O endividamento é a prova evidente que Portugal gasta mais do que o que produz. Um dos dramas associados a anos de despesismos é o “gosto” que nos fica pela aparente fartura. É por isso que ninguém, nenhum decisor ou cidadão comum, questiona as opções da actual Arquitectura pública. Gostamos de saber que os projectos das obras públicas portuguesas são premiados pelo seu arrojo, beleza, etc. As novas escolas, os novos tribunais, os novos centro de saúde, os novos lares e tantos outros edifícios são de construção mais cara e de manutenção incomportável para os cofres das instituições que os vão gerir? Não interessa! São lindos e premiados. As nossas estações de Metro são 2 ou 3 vezes mais caras que as outras? Não importa, são lindas de morrer! A Gare do Oriente não nos abriga da chuva e do vento? Não quero saber, é talvez a estação ferroviária mais linda da Europa! Há uma dúzia de anos atrás, tive oportunidade de acompanhar a execução de uma estação de tratamento de águas. Um consórcio em que a empresa Portuguesa liderava a construção do edifício, uma Inglesa era a responsável pelos filtros de tratamento das águas e uma Alemã era a responsável pelas máquinas de bombagem. A Estação era lindíssima. Jardins envolventes (fechados ao público), paredes revestidas a ardósia brasileira, etc. Nos jantares quinzenais com os responsáveis das 3 empresas, com o passar dos meses e o reforço dos laços de amizade entre todos, foi possível aprender que em Inglaterra e na Alemanha estes equipamentos são feitos em betão pintado para durarem uma vida com baixos custos de manutenção e que toda a atenção era voltada para os sistemas de tratamento de água. Diziam-me os responsáveis ingleses e alemães que éramos loucos! Aquilo devia ser apenas uma fábrica de fazer água e não um concurso de arquitectura. Que os custos de construção e manutenção eram muito acima do razoável. Era, e é, lindíssima, mas hoje sei que eles tinham razão. A entidade proprietária gasta rios de dinheiro com o jardim envolvente e com a manutenção do edifício e, como é obvio, o custo de produção da água potável “feita” é mais caro do que o previsto… Este exemplo serve apenas para ilustrar os erros que temos cometido. Ao longo de anos desperdiçámos dinheiro em coisas que não precisávamos. Não tivemos o engenho de perceber que os apoios comunitários também deviam ser aplicados tendo em conta a “factura futura” dos investimentos feitos. Talvez com a crise instalada (e para durar) seja possível criar uma nova mentalidade e uma cultura menos despesistas e mais racional. Existe tanto por onde é possível poupar, reduzir e eliminar despesas supérfluas. E hoje, mais que nunca, é fundamental todos contribuirmos para a redução da despesa, que não podemos deixar nenhum sector de actividade fora deste combate!"
Texto publicado na edição de 12 de Maio de 2010 do Diário de Coimbra. Emídio Guerreiro
Prof. António Câmara - Palestra
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