Sábado, 15 de Maio de 2010

Após a visita de Bento XVI a Portugal

O Papa Bento XVI, após uma visita de quatro dias ao nosso país, regressou ontem ao Vaticano.

Atrás de si deixou uma imagem diferente da que os media criaram e alimentaram desde a sua eleição. Os milhões de pessoas que deixaram o seu dia-a-dia para o verem e ouvirem, falam de um homem acessível que transmite calma e tranquilidade pelas palavras.

As longas maratonas televisivas e radiofónicas, mostraram um homem que se exprime claramente em português e que entre os intelectuais e artistas, num encontro que promoveu com a sociedade laica (não fosse ele próprio um grande intelectual) disse: “Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza”.

Referindo-se aos escândalos sexuais que têm assolado a Igreja, afirmou 'que a maior perseguição da Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado da Igreja'.

Houve mais declarações dignas de leitura cuidada, mas só estas já seriam suficientes para mostrar aos sectores anti-clericais, que nem que seja numa perspectiva de dialéctica sem preconceitos, pode fazer sentido mudar da táctica habitual quando falam de Igreja, que se resume a 'atirar a matar', para outra que poderia ser 'contar até três e respirar, antes de disparar'.

Esses mesmos sectores da sociedade, que coincidem quase totalmente com os sectores progressistas que defendem as causas fracturantes que a Igreja condena, passaram a semana a evitar comparar a dimensão das multidões que seguiram o papa em Lisboa, em Fátima e no Porto, com a dimensão das suas manif's, mas talvez tenham entendido que o impacto dos temas que defendem resulte acima de tudo do apadrinhamento que têm nos media.

Já aqui afirmei recentemente que considero que o pior da mensagem de Cristo reside no caracter temporal da Igreja, mas de facto temos de reconhecer que é admirável, que após 2000 anos de história, se consiga manter esta capacidade de mobilização.

Sábado, 24 de Abril de 2010

Mais uma vez a Igreja

Este comentário do José Ferreira serviu de mote a este post. Quando terminei a leitura do que connosco partilhou disse para mim: touché!! isto merece ser esmiuçado. Aqui vai.

 

Aos olhos de hoje, Jesus foi um homem de esquerda, não apenas, mas também por ter defendido a igualdade entre os homens. Esta expressão, igualdade entre os homens, pode estar tão batida se tenha encolhido da plenitude do seu significado. Na época, em que a escravatura era algo banal, foi uma mensagem revolucionária e por isso os primeiros cristãos terão sido perseguidos pelos poderes instituídos.

Não quero alongar-me em detalhes históricos, até porque não sou historiador, mas ao longo dos séculos e no meio de muitos erros que a Igreja cometeu, especialmente pelo poder temporal que acabou por conseguir, a mensagem 'igualdade entre os homens' foi ficando e foi entrado, geração após geração, na cultura que agora chamamos de ocidental.

O modelo social europeu, as constituições democráticas e a essência da República, assentam na igualdade entre os homens.

É curioso notar que o iluminismo que combateu o poder temporal da Igreja e laicizou os estados, não destruiu a mensagem e, arrisco-me a dizer, até a reforçou. A 'igualdade entre os homens' alargou-se a quem professe outras religiões e dessa forma a tolerância religiosa tornou-se noutro fundamento do pensamento ocidental.

Após tudo isto não deixa de ser curioso observar a recusa de certos sectores da sociedade europeia em que houvesse qualquer referência à tradição judaico-cristã na matriz cultural da Europa no preâmbulo da Constituição Europeia, Constituição essa que acabou por nunca ter valor legal, mas isso já são contas de outro rosário. Entendo que a dita referência, a existir não beliscaria o carácter laico da União Europeia, e pelo contrário, negar influência judaico-cristã é negar a própria história.

Interpreto tudo isto numa dinâmica anti-clerical que está na moda neste início do sec. XXI. Senão vejamos.

Faço-vos um desafio.

Imaginemos que na próxima edição da Moda Lisboa, a organização preparava diversos desfiles para diferentes zonas da cidade e concentrava os desfiles de fatos de banho para a Rua Dr. Júlio Dantas. Tudo parece banal à excepção da referida rua servir a entrada principal da Mesquita de Lisboa.

Pergunto. Parece razoável? Numa cidade moderna do mundo ocidental, tolerante e laico, isto faz sentido?

Sinceramente acho de mau gosto e até instigador de um desnecessário choque cultural e religioso. Digo isto e não concordo de todo com a posição que o Islão manifesta em relação à exposição de corpos seminus ou mesmo quase nada nus, como é o caso das mulheres que não usam burkha ou véu islâmico.

Na mesma perspectiva acho de mau gosto a iniciativa que pela internet se propõe a angariar voluntários para nos 'dias em que o Papa vai estar em Portugal, conseguir o maior número possível de pessoas nos locais onde o Papa vai realizar as missas e distribuir preservativos e/ou folhetos informativos relativos à prevenção da SIDA pelo maior número de pessoas presentes nesses locais.'

Mais uma vez discordo da posição que a religião em causa manifesta sobre este assunto específico, desta vez a Igreja Católica e o tema preservativo, mas esta será apenas uma forma de fomentar momentos de tensão e de eventual violência que são desnecessários para a resolução do problema da SIDA e do controle da natalidade.

Mais uma vez vemos a Igreja debaixo de fogo. Põe-se a jeito é certo, mas numa sociedade mais esclarecida e tolerante, os cidadãos guardariam para si próprio as decisões da esfera pessoal e deixaria para a Igreja a metáfora do Padre António Vieira, que é o de pregar para os peixes.

publicado por Paulo Sousa às 08:00
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Quinta-feira, 15 de Abril de 2010

A Igreja quer vendar-nos os olhos! Mas eu já não gosto de jogar à cabra cega!

Estava eu a pensar que o meu post desta semana ia ser sobre as alterações ao código de execução de penas e eis que de repente fico indignada ao escutar as declarações do Exmo Tarcisio Bertone, número dois do Vaticano e não poderia deixar de escrever sobre isso.

 

Juro que pensei… ah não devo ter ouvido bem… Não foi bem isto que disse… Mas não! Lamentavelmente escutei bem, tão bem que me deixou perplexa, diria mesmo furiosa, o que no meu actual estado pode ser crucial. Estas declarações são perigosas, perversas e têm certamente a intenção de desviar a atenção para o que tem vindo a público. O que está em causa e é verdadeiramente importante é o acto em si, o crime da prática do acto. Porquê a necessidade de vir afirmar a ligação entre a pedofilia e a homossexualidade? Qual é o objectivo?

Assim como porquê vir estabelecer a relação entre o celibato e a pedofilia? Não concordo com o celibato obrigatório (deveria existir o poder de escolha), mas isso não significa que os padres tenham maior propensão para a pedofilia.

 

A pedofilia é classificada, pela Organização Mundial de Saúde, como uma desordem mental e de personalidade do adulto, como um desvio sexual (que pode ter inúmeras causas) e estas desordens, parafilias, claro que podem existir em homossexuais, padres, bispos, psicólogos, médicos, economistas pais de família aparentemente exemplares, ou seja, transversalmente, independentemente da cultura, religião, orientação sexual, raça, e afins.

 

A pedofilia não está relacionada com a homossexualidade mas sim com uma perturbação da personalidade!

 

O que me choca é a aparente ligeireza com que a Igreja, nos seus maiores representantes, tem lidado com a situação. “… a igreja nunca colocou entraves à investigação de casos de pedofilia que envolvem sacerdotes…” Não me venham atirar areia para os olhos porque o tempo em que as pessoas eram instruídas para nada questionar já lá vai. È claro que a Igreja tudo faz para que fique dentro de “portas” estas e outras situações que ao longo dos anos teimam em querer ignorar. Aliás como disse um padre num debate “A roupa suja tem de ser lavada em casa”. Não, não tem Sr. Padre. Este tipo de roupa suja tem de ser lavado na justiça civil, tal como qualquer outro crime cometido por qualquer outro cidadão.

 

Mais algumas pérolas que me fizeram revolver as entranhas “Se um bispo sabe que um membro é pedófilo vai denuncia-lo e entregá-lo à justiça”. Quem diria? Não se tem notado!

“Existe total transparência da Igreja!” Nem comento!

 

“Existem documentos com regras claras sobre o que fazer quando se encontram padres pedófilos: entregar à justiça civil e à Congregação da Doutrina da Fé para decisão e no máximo eventual expulsão”. Pois, acredito que exista e fui ver no site, mas o problema est+a na aplicação do que está escrito! No máximo eventual expulsão??? Então e qual a opinião da Igreja quando este crime é cometido por qualquer cidadão? Estranho a mão leve nestas situações quando depois a mão é tão pesada para situações como alguém que só porque está divorciado já não pode ser padrinho de casamento ou de baptismo (mesmo que fosse vitima de violência doméstica… têm que aguentar… o sofrimento traz redenção e o perdão dos pecados).

 

Não é minha intenção ser desrespeitosa para com a Igreja e com os seus crentes. Tive uma educação católica, encontro-lhe sentido, existem valores muito importantes, mas penso! Questiono! E sem dúvida que existem muitas e muitas coisas que me provocam indignação e não me permitem assistir sem me insurgir.

 

E é por isso que da mesma forma com que me indignei com o que aconteceu reiteradamente ao longo dos anos na Casa Pia, com o conhecimento de muitos, também me insurjo com o que está a acontecer na Igreja, sobretudo pela arrogância de muitas das declarações e por nos quererem distrair. O assunto é demasiado sério e grave para manobras de distração!

Sábado, 3 de Abril de 2010

Neste tempo de Páscoa que a Igreja católica saiba renascer dentro de si própria

Ontem, à noite, ouvi na rádio uma senhora que pertence a uma organização católica afirmar estar muito triste com o Cardeal Patriarca de Lisboa porque ,na sua homilia das celebrações da sexta -feira santa, o Cardeal ao pedir desculpa pelos pecados da igreja,no caso concreto da pedofilia, nunca ter referido o sofrimento das crianças e por ter dito que estes pecados feriam o reino de Deus, uma vez que para ela o reino de Deus é intocável, ao contrário do reino dos Homens.

 

Deixo link à notícia do "i" sobre este assunto:

 

"Apesar das palavras D. José Policarpo, em Portugal as reacções ao recente caso de abusos sexuais cometidos por padres católicos nos Estados Unidos mantêm-se comedidas. Contactado pelo i, o secretário da Conferência Episcopal Portuguesa, o padre Manuel Morujão, recusou que este ano se faça uma associação específica entre o sacramento da reconciliação que se vive na Páscoa e as denúncias de abusos sexuais. "A igreja não é feita de anjos, mas de homens e mulheres pecadores em contínua conversão", afirmou."

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