Quinta-feira, 8 de Outubro de 2009

Quanto vale um video?

Como já aqui foi falado, Israel não deixa nenhum dos seus para trás.

Gilat Shalit foi capturado em 2006 pelo Hamas e desde então o seu resgate faz parte das prioridades do Governo Israelita.

Após um longo período sem que se tivesse qualquer confirmação fidedigna de que Gilat continuava vivo, o acordo foi possível. Israel entregou 19 prisioneiras palestinianas em troca de ... um video de confirmação.

Há de facto diferenças abissais entre a forma como cada um dos lados do conflito trata os seus.

Sábado, 19 de Setembro de 2009

Hoje termina o Ramadão

 

Para um bilião e meio de seres humanos, este é um mês especial.

A práctica do jejum ritual é o quarto dos cinco pilares do Islão. Além do jejum, neste período recomenda-se a práctica mais intensa da caridade, a vivência da fraternidade e dos valores familiares.

O facto deste período ser definido pelo calendário islâmico, um calendário lunar, faz com que seja celebrado em diferentes meses do calendário gregoriano. É imensa a informação que se pode encontrar na internet sobre este assunto.

A imagem que o mundo ocidental tem sobre o Ramadão é muito limitada. Não fosse a fraca performance dos jogadores muçulmanos que actuam no futebol ocidental e esta data passaria quase despercebida.

Há alguns anos estive num país árabe durante o Ramadão e fiquei com uma imagem diferente deste mês, que é um mês de festa.

As cidades são esvaziadas dos trabalhadores de origem rural, pois estes deixam o trabalho e juntam-se à família para junto deles celebrar o Ramadão. Isto implica que tudo funcione em serviços mínimos, ou simplesmente não funcione. Faz lembrar o que se passa no período de férias, com a diferença de que cá isso dura três meses. A título de exemplo, sucedeu-me num Hotel ser avisado que não havia água quente pois a pessoa que acendia a caldeira estava fora da cidade a celebrar o Ramadão.

Ao contrário da ideia de punição do corpo que associamos ao jejum, algumas pessoas com quem falei sobre o assunto justificam-no com base em recomendações médicas, ou seja, podemos compara-lo a um mês de dieta. Alguém discute as suas vantagens?

Ao contrário da ideia de oração e de penitência que associamos ao Ramadão, não deixa de ser incrível a animação que invade as ruas logo que o sol se põe. As esplanadas ficam cheias, os vendedores de comida estão por todo o lado, a música entoa pelos altifalantes do vendedores de cassetes e de CD's, as crianças brincam e correm, alguns jovens dançam, os idosos jogam dominó e outros jogos de mesa e aos mais pobres é oferecida comida e esmolas.

Entendi que almoçar no Ramadão fosse uma falta de respeito pelos muçulmanos e seguindo a máxima 'em Roma faz como os romanos' tive de fazer umas sandes e comê-las enquanto conduzia, sempre com a preocupação de quando me cruzava com outro carro não ser apanhado com a boca na botija, quer dizer, da sandoca.

Tive um guia que me explicou que estão dispensados do jejum as crianças, os idosos e os doentes. Pediu-me para parar ao anoitecer para rezar e depois disso aceitou um iogurte.

A ideia que fazemos do mundo árabe e do Islão é deturpada por muito ruído noticioso, facto que interessa, e muito, a uma extremamente reduzida minoria de islamitas radicais, que ganha relevo quanto maior for o atrito entre o mundo ocidental e o mundo árabe. Têm ambições de poder e para isso não hesitam em aliciar jovens para se suicidar em nome de uma religião que apela à paz e ao entendimento entre os povos.

Quarta-feira, 24 de Junho de 2009

Neda Soltan

 

Os apoiantes do regime autoritário do Irão, que apoia grupos terroristas como o Hamas e o Hezbolah, estão a disparar contra o seu povo.

A sociedade iraniana está dividida entre uma linha conservadora, isolacionista e anti-ocidental e uma outra que apesar das fortes ligações do candidato Moussavi ao actual regime, aparenta ser capaz de uma abertura ao exterior e de aproveitar a oportunidade para se aproximar da comunidade internacional, conforme lhe foi proposto por Barak Obama.

Durante as manifestações várias pessoas já morreram. As imagens estão a chegar a conta-gotas via internet que está quase bloqueada pelo regime.

No passado Sábado morreu mais uma jovem. Neda Soltan foi baleada durante mais uma manifestação. A sua morte foi filmada e as imagens, apesar do bloqueio, já correram o Irão e o mundo.

«"A sua morte pode ter mudado tudo", escreveu a Time, recordando a importância do martírio na política iraniana e na tradição xiita. Hussein, neto do profeta Maomé, foi o seu primeiro mártir, morto na batalha de Kerbala contra um califa que considerava ilegítimo. Na revolução de 1979, o sangue dos que morreram na repressão manteve vivos os protestos que levaram à queda do Xá. E foi o culto dos mártires que permitiu ao regime manter o país unido durante os oito anos de guerra com o Iraque.

Um grupo criado no Facebook em sua memória apelidou-a de "Anjo do Irão" e no Twitter garantia-se que será recordada como "Rosto da liberdade". O Governo, que acusa "vândalos" de terem atirado sobre os manifestantes, impediu ontem a realização das cerimónias fúnebres públicas, marcadas para uma mesquita da capital, contou o noivo. E uma concentração em sua memória no centro de Teerão foi reprimida»*

 

O filme de trinta e poucos segundos têm imagens fortes e pode ser visto no Youtube. Não se recomenda a pessoas sensíveis.

 

*excerto do Público

publicado por Paulo Sousa às 00:16
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Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009

'Forest Jihad' na Austrália?

As imagens dos incêndios são demasiados familiares para os portugueses. A incapacidade de controlar a destruição e morte provocada pelo fogo é algo que a todos nos aterroriza.

Os australianos têm vivido dias muito difíceis a assistir e a sofrer um nível de destruição muito superior ao, até mesmo nós, estamos habituados a ver. O número de mortos já terá ultrapassado os 200, os prejuízos materiais ascendem a muitos milhões de dólares, a natureza e o ambiente agonizam. O Primeiro Ministro australiano, Kevin Rudd, afirmou que quem provocou estes incêndios cometeu um assassínio em massa. A expressão "assassínio em massa" surge sempre ligada a cenários diferentes.

A explicação destas palavras surgiu há dias. Foram divulgados conteúdos de sites seguidos há algum tempo pelos serviços secretos, segundos os quais a 'forest jihad' era considerada como uma forma de combater o Inimigo. Segundo dizem, queimar as florestas dos infiéis é justificado com o fazem às suas terras.

As suspeitas de que alguns destes incêndios possam ter sido actos de terrorismo premeditados (no estado de Victória chegaram a estar mais de 400 activos em simultâneo), não passam disso, de suspeitas, mas ficamos a conhecer ao que estão dispostos estes senhores que consideram os infiéis seus inimigos.

publicado por Paulo Sousa às 11:30
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Segunda-feira, 9 de Fevereiro de 2009

Eleições em Israel

 

Amanhã os israelitas vão às urnas.

As sondagens apontam Benjamin Netanyahu, candidato do partido Likud, como o favorito a ser o próximo Primeiro-Ministro.

Sendo já um reincidente no cargo, Bibi como é conhecido, deixou uma imagem pouco apaziguadora.

A candidata da novo partido Kadima, Tzipi Livni, está em segundo lugar nas sondagens.

Em terceiro encontra-se Lieberman, o candidato mais polémico, pois pretende retirar alguns direitos civis, como o voto, aos israelitas de origem palestiana, caso não assinem um documento em que juram lealdade ao estado judaico. É acusado de ter prostas fascistas.

Confesso que desconhecia que cerca de 20% da população de Israel é constituida por árabes israelitas, os palestinianos que não saíram em 1948. Queixam-se de alguma descriminação mas nas eleições têm um tratamento idêntico aos dos cidadãos de origem judaica, um homem, um voto. Esta regra aplica-se também às mulheres, algo que não acontece noutros países árabes onde se realizam eleições. O vice-presidente do Knesset, o parlamento israelita, é de origem árabe.

À partida seria Tzipi Livni a candidata que melhor poderia conseguir uma solução para, juntamente com a Administração Obama, pacificar a região.

Têm a palavra, ou melhor o voto, os cidadãos. Estou certo que os derrotados não serão fuzilados como aconteceu quando o Hamas venceu as eleições contra a Fatah.

 

Quarta-feira, 4 de Fevereiro de 2009

Ler os outros

 

Lembram-se da escola da ONU que foi alegadamente destruida pelas forças israelistas?

 

«Maxwell Gaylord, the UN humanitarian coordinator in Jerusalem, said Monday that the IDF mortar shells fell in the street near the compound, and not on the compound itself. 
Gaylord said that the UN "would like to clarify that the shelling and all of the fatalities took place outside and not inside the school." »

 

Aposto que esta notícia não irá fazer manchete nem sequer será referida nos telejornais.

 

Noticia via Origem das Espécies

 

 

publicado por Paulo Sousa às 22:51
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Sábado, 24 de Janeiro de 2009

Ouvir quem sabe

Convido-os a ver o programa Sociedade das Nações, da SIC, dedicado à questão de Gaza.

Quarta-feira, 21 de Janeiro de 2009

Lisboa geminada com Gaza

Os terroristas do Hamas que convencem os seus jovens a vestir o colete de explosivos, que são os mesmos que fuzilaram os adversários derrotados em eleições livres (como se pode ver aqui - as imagens são violentas) são os mesmos que não têm qualquer programa de bem-estar  para o povo à sua guarda, pois a sua única preocupação é a destruição de Israel, irão receber uma proposta de geminação da cidade de Lisboa.

Os terroristas do Hamas que festejaram os atentados de Nova Iorque, de Bali, de Madrid e de Londres, hoje festejam esta geminação proposta na Assembleia Municipal de Lisboa pelo Bloco de Esquerda e aprovada com o votos favoráveis do BE, PCP e PEV e com a abstenção do PSD, PS e CDS-PP.

A história fica registada nas entrelinhas da indiferença.

Sexta-feira, 9 de Janeiro de 2009

Ler os outros. História Médio Oriente

Resultante DESTE post do Paulo, houve uma interessante conversa entre os meus amigos Hugo Besteiro e Paulo Sousa. Podemos concluir dos seus comentários que o conflito tem História e "estórias". Como tal, "roubei" um excelente post ao "piolho da solum".Tirem as vossas conclusões.ver AQUI!

publicado por Pedro Oliveira às 07:57

editado por Paulo Sousa em 18/01/2009 às 21:48
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Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008

Conflito israelo-palestiniano

A distância poupa-nos o trabalho de ter de tomar uma posição, mas o conflito israelo-palestiniano entra-nos em casa sob a forma de imagens escolhidas para chocar. Poderia ser na forma de noticias mas chocando o público ha um maior mais retorno em termos mediáticos. O contexto e o enquadramento do que se está a passar fica em segundo plano.

Não vale a pena querer saber quem lançou a primeira pedra, pois para isso teríamos de recuar mais de quatro mil anos.

Nos dias de hoje este conflito será a face mais visível do chamado choque de civilizações.

É natural que fiquemos incomodados com as imagens de sofrimento mas gostaria de aqui deixar algumas notas que no meu ponto de vista definem os dois lados do conflito.

- Os centros operacionais e logísticos do Hamas e do Hezbolah, que incluem locais de lançamento de rockets sobre povoações israelitas, localizam-se deliberadamente em prédios habitacionais para que os seus compatriotas sirvam de escudos humanos contra os ataques israelitas.

- Os restos mortais dos soldados israelitas mortos em combate e que fiquem em posse do inimigo são reclamados pelo Estado de Israel que pretendem lhes prestar homenagem e os sepultar de acordo com o ritual judaico. É habitual haver troca de prisioneiros palestinianos, alguns até comprovadamente envolvidos em actos terroristas, por restos mortais de soldados mortos há vários anos.

- Muitas crianças palestinianas são educadas e treinadas para um dia se fazerem explodir matando com eles o maior número de pessoas possível. Os cérebros destes métodos preferem ocupar os lugares politicos e guardam o colete de explosivos para os seus jovens.

- Olhando para as diferenças entre a forma como ambos os lados tratam os seus, leva-me a sentir que de facto, enquanto ocidentais estamos necessariamente mais próximos dos judeus, que dos palestinianos.

- O timing dos ataques dos últimos dias à faixa de Gaza devem-se ao vazio de poder dos EUA, que se prolongará até à tomada de posse de Obama. Aqueles que gostariam de uma América menos poderosa têm aqui uma pequena amostra do que seria o mundo sem a sua influência.

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