A designação dada pela Polícia Judiciária (PJ) às diferentes investigações que conduz revela aspectos verdadeiramente curiosos, entre os quais uma certa imaginação digna de Hollywood e uma certa ironia, quando reparamos no posterior desenvolvimento judicial.
A operação furacão, que até poderá ter sido bem baptizada quando nasceu, em plena maternidade na PJ, rapidamente se transformou, em sede judicial, numa ligeira e persistente brisa. Furacão é que nunca mais foi. Produziu alguns efeitos fiscais, bem agradecidos pelos cofres do Estado, porque alguns dos envolvidos, logo que desmascarados, se apressaram, provavelmente bem avisados, a entregar qualquer coisa ao fisco. E tudo voltou à ligeira aragem. O resto, a corrupção e a fraude, parece que ficou definitivamente depositado nas profundezas do oceano!
Estou convencido que foi por perspicaz ironia que a investigação judiciária baptizou agora este novo escândalo de corrupção tentacular de Face Oculta. É que, pelo que sabemos, as faces são, por agora, bem visíveis. Mas não tardará que se tornem ocultas… O que há aqui é uma triste ironia oculta!
Tenho, no entanto, sérias dúvidas que o país possa continuar a suportar tão flagrante impunidade no alastramento da corrupção. Se, como resulta do que da investigação foi tornado público, a corrupção espalha os seus tentáculos pelas maiores empresas nacionais, públicas, semi-públicas ou privadas e mesmo pelo governo, ao ponto de se exigirem substituições de Secretários de Estado para que substituam administrações de empresas que impeçam certos negócios, e não se passa nada. Se, nas mesmas circunstâncias, um vice-presidente do maior banco privado nacional está envolvido e recebe, no seu próprio gabinete de trabalho nesse banco, o envelope com dinheiro vivo que paga o serviço, e nada se passa. Então este país está perdido e nós, cidadãos honrados - que felizmente ainda somos a larga maioria -, só podemos ter vergonha de o integrar.
Esta face oculta da corrupção tem, em minha opinião, uma face bem visível. Bem identificada. E é para essa face que todos nós, portugueses honrados e com vergonha, temos de apontar.
Não é apenas neste caso agora bem vivo. Também o é em quase todos os outros casos de corrupção, tenham ou não chegado ao conhecimento público, incluindo aquele que já está esquecido – o caso Freeport!
Penso que poucos acharão que, neste caso Freeport, o primeiro-ministro tenha recebido o que quer que seja. Mas serão ainda menos os que não achem que houve luvas e corrupção.
Da mesma forma que poucos acharão que Armando Vara tenha recebido, para si e proveito próprio, os tais 10 mil euros do envelope. Não é fácil imaginar que alguém com um vencimento mensal de várias dezenas de milhar de euros se deixe corromper por 10 mil! Mas, na forma como é publico decorrer da investigação, menos serão ainda os que acharão que o vil metal não tenha circulado.
E chego agora à tal face visível: os partidos políticos e a forma suja como se financiam. É contra essa face visível que todos nós, repito, portugueses honrados, temos que nos insurgir. E por que não começarmos por exigir a proibição de todas as acções que se tornam no principal destino desse dinheiro sujo, que apenas nos envergonha a nós e nunca a eles?
Reduzir a sua política de comunicação aos tempos de antena legais e ao espaço que os media generosamente lhes oferecem. Proibir-lhes todas as formas de publicidade: outdoors, merchandising ...tudo!
A publicidade ao tabaco também foi proibida. E não tenho dúvidas que o tabaco é menos prejudicial…
O resto, os Mercedes e os Rolex, são apenas consequências e serão, depois, facilmente controlados!
Prof. António Câmara - Palestra
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