A actual crise, e em particular a actual crise financeira, que mimetizamos num ataque cerrado ao euro – quem sabe se não estará aqui a justificação para Sócrates dizer o que diz: que tivemos de sair em defesa do euro –, traduzido na sua desvalorização e, mais importante, na perda de influência na economia mundial, chama a nossa atenção, talvez pela primeira vez, para a questão europeia.
Quando se fala, como tantas vezes acontece, da questão europeia ninguém se está a referir a outra coisa que não seja a questão política da Europa, a eterna questão europeia sempre presente no clássico anão político e gigante económico. Quer dizer, começamos a dedicar alguma da nossa atenção ao anão quando vemos o gigante em risco de mingar de tal forma que se possa tornar, também ele, noutro anão; ou, dito de outra forma, enquanto a integração europeia se ia fazendo em nome da prosperidade e da convergência não conseguimos dar-lhe o corpo político que só agora, através da recessão e da divergência, notamos faltar-lhe.
Sabemos que, historicamente, a moeda representa o último dos símbolos de coesão, seja nacional seja de qualquer outra ordem. A moeda surgia na cúpula do edifício da organização da sociedade. Por baixo encontrávamos todas as restantes estruturas dos laços com que se constroem as relações políticas, económicas e sociais.
Como sabemos, e apesar do inegável êxito da moeda única europeia, a que, de resto, não são alheios os ataques especulativos dos últimos tempos, nem sequer muitos dos conflitos internacionais produzidos neste século, não foi isso que aconteceu na UE! A moeda única surgiu antes de tudo o resto: antes da economia e antes da política. E é disso que hoje fundamentalmente nos devemos queixar!
Aquilo que Merkel e Sarkozy impuseram aos países do sul, no que já vi alguém chamar de Revolução de 10 de Maio, tem tudo a ver com isto. Não tanto pelas mudanças de natureza monetária, e nas da capacidade de intervenção do Banco Central Europeu (BCE), mas pelo roubo de uma quota-parte da soberania nacional: a soberania orçamental. Um passo dado sem ouvirmos falar do presidente da Comissão Europeia ou do novel presidente da União. Sem tratados nem referendos. E sem aviso prévio!
É neste preciso sentido, de desinstitucionalização do processo de decisão, que me parece ajustada a tal ideia da Revolução de 10 de Maio. A unificação europeia não se faz, como está demonstrado, através dos processos de decisão institucionalizados a partir do aparelho altamente burocratizado de Bruxelas. Muito menos a partir de processos de decisão democráticos emanados da expressão popular europeia. Faz-se através de lideranças fortes, de líderes verdadeiramente visionários que, como sabemos, há muito se encontram extintos nesta velha Europa.
Creio que grande parte daqueles que se têm manifestado contra o défice de democraticidade no processo de integração europeia, entre os quais me incluo, estarão hoje mais preocupados com o que se não fez, com o que evitou o aprofundamento da integração, do que com os referendos que se não fizeram ao longo de todos estes anos. E creio que hoje, em pleno centro da crise, os europeus, e os portugueses em particular, são muito mais federalistas do que há umas semanas atrás…
Afinal parece que Sócrates até tem razão: o mundo (e a Europa) mudou mesmo nestas duas semanas!
Faz amanhã precisamente 10 anos que o Conselho Europeu da Primavera de 2000 adoptou a chamada estratégia de Lisboa que visava, em 10 anos, transformar a Europa “na economia do conhecimento mais competitiva e dinâmica do mundo, capaz de um crescimento económico sustentável, acompanhado da melhoria quantitativa e qualitativa do emprego e de maior coesão social”.
Fomos ouvindo falar dela durante muito tempo. Depois deixamos de ter notícias dela. Há uns tempos, por cá, ainda se falava de Plano Tecnológico com o seu progenitor, Carlos Zorrinho, a lembrar-se dela. Mas isso foi há uns anos…
E bem sabemos porquê!
É que o plano de transformar a Europa na zona económica mais competitiva do mundo falhou por completo. Os 10 anos acabam de se esgotar e a Europa está como está: sem crescimento económico, com máximos históricos de desemprego em tempo de paz, com os mais altos índices de instabilidade de emprego, com as maiores assimetrias sociais e com tudo o que era seu modo de vida posto em causa.
A estratégia de Lisboa morreu. Das metas estabelecidas para estes 10 anos não só nenhuma foi atingida como, aqui chegados, não vemos como atingir alguma nos próximos 10. E não vale a pena virmos culpar a crise financeira internacional. Quando chegou já mais de 70% do período estava esgotado e sem resultados. Falhou o próprio desenho institucional da estratégia, como falha tudo o que se possa definir como desígnio colectivo europeu. Estamos bem longe de aí chegar!
Confesso a minha expectativa pelo assinalar da efeméride amanhã. Pode bem ser que passe completamente esquecida…
Quem não se queixa da qualidade, falta dela, dos politicos, da sua formação e preparação para que sejam de forma competente os nossos dignos representantes e que lutem pelo bem geral e não do bem particular?
Em tempos, aqui, referi a possibilidade de cativar jovens alunos para a realidade política, convidando-os a conhecer e participar nas actividades dos vários órgãos municipais.Este foi o meu desafio na altura.
Foi com muito agrado que li a notícia sobre a experiência vivida por jovens alunos de Portugal no Parlamento Europeu. O objectivo desta troca de realidades, ainda que por um curto período de tempo, foca-se na mensagem que os jovens eurodeputados irão passar dentro do seu contexto diário, no seu país de origem.
Naturalmente exige um trabalho prévio de preparação, que denúncia o interesse dos jovens em aprender mais sobre a aldeia global e conhecer as rotinas, as práticas, a comunicação entre outras, que fazem parte do mundo do parlamento europeu.
Aos alunos que superaram a prova, os meus parabéns e desejo que os restantes possam tomar este bom exemplo e seguir os mesmos passos.
PARABÉNS!
imagem do forum estudante
Ainda há poucos dias, a partir de um post do Pedro Oliveira, que se interrogava sobre o que deveria ser referendado, este assunto foi aqui tema de ampla discussão.
Volto a ele!
Entendo que a opinião pública, os media e mesmo a classe política, usa e abusa do tema do referendo que, de resto, foi durante muitos anos proibido pela Constituição da República de 1976. Sou dos que pensam que há que pôr alguma ordem na utilização, efectiva ou de dialéctica, do referendo. Que questões de consciência não se referendam e que direitos inalienáveis de minorias não podem ser sujeitas à ditadura das maiorias!
Ao invés, entendo que grandes e decisivas questões nacionais, sejam ou não transversais aos programas dos partidos políticos (que ninguém lê!) sufragados nas mais diversas eleições, devem ser objecto de legitimação através desse instrumento, inquestionavelmente democrático. E porquê? Porque nada garante que uma questão de evidente relevância nacional, pelo simples facto de constar nos programas dos principais partidos ou de, mesmo não constando, ser pelos mesmos apregoada, ser ela própria a razão da sua expressão eleitoral. Porque cada eleição tem um fim próprio!
Nesse sentido sempre me manifestei, por exemplo, pelo referendo das questões europeias. Sendo um europeísta convicto, entendo que o nosso sentido europeu deveria legitimado explícita e conscientemente através de referendo. E entendo mais, entendo que quanto mais claramente fosse expressa a opção europeia pelos respectivos povos, e não só pelo nosso, mais segura, consistente e afirmativa seria a construção do edifício europeu, da nossa verdadeira casa comum.
Não posso deixar de estranhar que as elites políticas tenham negligenciado por completo, ou mesmo combatido, essa vertente de utilização do referendo e se revelem tão espontâneas e convictas em referendar, por exemplo, o casamento entre homossexuais. Talvez deixe de estranhar quando vejo que, nas actuais condições do país, seja este, para essa mesma elite, o problema fundamental do país. Tão fundamental que exige um referendo!
Sou dos que pensam que não é o casamento, reivindicado pela comunidade homossexual, que fará qualquer diferença. A igualdade de tratamento perante a lei pode e deve ser obtida por outras formas. Sou igualmente dos que pensam que esta exigência pode não passar de um oportunismo circunstancial. Mas também sou dos que pensam que, a ir avante, o casamento entre homossexuais não põe em causa coisa nenhuma e que pode perfeitamente sair do quadro parlamentar, sem terem que nos maçar com mais invenções e objectos de distracção, quando temos tanta coisa grave e verdadeiramente importante com que nos preocupar.
Aceito que, depois de tantos e tantos anos de descriminação, repressão e de humilhação os homossexuais aproveitem todas as janelas de oportunidade para reclamar condições de igualdade, mesmo as que nos possam parecer mais despropositadas. E percebo mal que, instituições como a Igreja Católica, se metam nisto da forma como o está a fazer. Sabendo que, levando à imposição de referendo despropositado, utiliza a sua imensa maioria para interferir numa matéria que, a meu ver, lhe não diz respeito. Tão simplesmente porque não se trata de casamento católico!
Acharia bem a Igreja que houvesse um referendo sobre o casamento dos padres, ou o exercício do sacerdócio por mulheres?
No país do "Magalhães" já sabíamos que todas as crianças têm de ter o dito cujo, mas que podem passar frio, ir de pavilhão em pavilhão escolar à chuva, no inverno, e no verão nem conseguem respirar tanto é o calor nas salas de aulas.Isso são pormenores num país tecnológico e moderno (mais recente palavra in do PM).
O que se calhar não sabíamos é que no país e no concelho onde existe a maoir concentração de paineis solares, há 500 pessoas, incluindo crianças em idade escolar..., que não têm luz eléctrica.Mais, no país onde o PM se coloca em bicos de pés no apoio a PME´s, há pequenos empresários que gastam fortunas em combustivel para poder ter luz na sua exploração agricola. E ainda..., este país, que teve um "excelente" ministro da agricultura, foi incapaz de enquadrar esta necessidade em qualquer programa comunitário que seja e ele existia, segundo a associação de agricultores desse concelho.
Para a Câmara, CDU, de Serpa, parece que o problema não é assim tão importante...bem pregas Frei Tomás...
Pois isto passa-se em Portugal, no concelho de Serpa e é VERGONHOSO!
Tinha visto o anúncio da reportagem, e 4ª feira vi na RTP 1.
Somos sem dúvida um país a duas velocidades, parado e paradinho.
O Tratado Lisboa foi aprovado e inicia-se uma nova etapa na maior aventura do entendimento da humanidade. O seu teor foi muito politizado por questões de política caseira, mas não foi, de todo, debatido a fundo.
Quantas vezes, há boa maneira tuga, não somos levados a invejar o dinheiro daquele ou daquela e começamos logo a fazer "filmes" de como aquele dinheiro foi conseguido?
Depois à nossa maneira lá vamos dizendo,"tem tanto dinheiro ,mas não se goza dele!".
Ora aqui entramos na questão do dinheiro comprar ou não a felicidade ou de quem tem dinheiro não saber "gozar" o que tem.
Será que é possivel ter dinheiro e não ser "tio patinhas"?
Parece que os europeus são mais inteligentes que os "americas".
Quantas vezes queremos resumir um pensamento, uma ideia num simples parágrafo e não o conseguimos quanto mais numa só frase? Pois bem, num País com tradições, seculares, na descoberta e extração de mais valias dos mares, com uma costa fantástica e uma zona de mar de fazer inveja a qualquer País, é triste e revoltante ver que temos uma frota pesqueira pouco mais que inútil e ultrapassada e que o mar definitivamente não é aposta do nosso País.
"Tásse" bem é a apanhar banhos de sol e a mandar uns mergulhos lá para os lados de Albufeira, o resto que se dane.
É tendo como ponto de partida e de chegada este triste cenário que a frase da nossa vizinha PN resume de forma brilhante o que por cá se passa:
Em 2004 fomos surpreendidos pela ida de Durão Barroso, então eleito Primeiro-ministro(PM), para a liderança da comissão europeia. O normal seria o número dois do governo substituir o PM, no caso seria a Drª Ferreira Leite..., mas o partido,na altura, decidiu indicar o nome de Santana Lopes ao Presidente da República(PR) que o indigitou como PM, o resto da história é mais do que conhecida de todos.
Porque motivo recordo eu este episódio da Democracia Portuguesa?
Pois é aqui que entra o meu "suponhamos".
Suponhamos então que João Salgueiro é convidado para um lugar de destaque politico e que aceita (para esta análise está fora a questão se tem ou não valor para tal), qual deverá ser o cenário?
1- deve ser substituido pelo número dois, Albino Januário
2- deve o partido mais votado indicar outro vereador para Presidente da Câmara
3- deve haver eleições antecipadas
4- ...
Pode parecer estranho este texto três dias depois das eleições, mas ás vezes tenho sonhos esquisitos....e como gosto de partilhar convosco as minhas inquietações aqui fica mais uma para partilharmos ideias...
abraço
Decide-se hoje o futuro imediato da Europa. Os resultados serão conhecidos amanhã. Talvez a crise tenha feito os Irlandeses mudar de ideias sobre as vantagens de pertencer à UE.
Desde o início da campanha no primeiro referendo que achei que o Turismo de Lisboa deveria ter aproveitado o slogan do contra para lançar uma campanha de promoção turística. Bastava distribuir uns pasteis de nata ao longo das margens do Liffey em Dublin e Lisboa seria notícia nos media irlandeses.
Recomendo o site EU Profiler que poderá ajudar a escolher o partido em que votar.
Este é o meu perfil.
O partido que na Europa mais se aproxima do meu perfil é o polaco Platforma Obywatelska. Receio que não terá um grande resultado eleitoral.
Copiado daqui
Comissão Europeia considera Magalhães ilegal
«A Comissão Europeia (CE) considera que Portugal infringiu as leis comunitárias da concorrência ao adjudicar por ajuste directo, e não por concurso público, todos os programas governamentais ligados ao Plano Tecnológico da Educação.»
Uma visão interessante de Vasco Campilho sobre os actuais desafios da UE.
Prof. António Câmara - Palestra
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